O primeiro lote de vacinas cubanas Abdala, contra a COVID-19, chegou a Hanói no dia 25 de Setembro, no avião que trouxe de regresso ao seu país o presidente vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, após a viagem que o levou a Cuba e à sede das Nações Unidas.

O carregamento incluiu 900 mil doses compradas pelo Vietname e mais 150 mil doadas pelo país caribenho.

Na cerimónia de entrega das vacinas, que decorreu no aeroporto da capital vietnamita, participaram o presidente Xuan Phuc e, pela parte de Cuba, o embaixador Nicolás Hernández Guillén. No acto, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Dang Hoang Giang, agradeceu a Cuba o envio desse primeiro lote de vacinas Abdala, de um total de 10 milhões de doses adquiridas. Cuba vai transferir para o Vietname a tecnologia para produzir a vacina no país asiático.

Em Havana, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, assinalou o evento, no Twitter: «Abdala aterra no Vietname. Recebe-a o nosso querido camarada, o presidente Nguyen Xuan Phuc. Uma criação 100 por cento cubana para uma nação heróica».

Desenvolvida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB, na sigla em espanhol), a Abdala tem uma efectividade de 90 por cento em pacientes graves afectados pelo vírus SARS-CoV-2 e está a ser utilizada na campanha anti-COVID em Cuba.

Cuba vacina população

Cuba anunciou, no dia 3, que cinco milhões, 424 mil e 640 pessoas, que representam 48,5 por cento da população, contam com o esquema de vacinação anti-COVID-19 completo.

Receberam uma primeira dose nove milhões, 477 mil e 620 pessoas; já têm a segunda dose seis milhões, 759 mil e 485; e a terceira dose têm cinco milhões, 207 mil e 46 pessoas.

De acordo com o sítio web do Ministério da Saúde Pública, até ao final do dia 1 de Outubro foram administradas na ilha 21 milhões, 44 mil e 151 doses das vacinas cubanas Soberana 02, Soberana Plus e Abdala.

Segundo dados do Gabinete Nacional de Estatísticas e Informação de Cuba, no final de 2020 a população do país atingia cerca de 11 milhões e 180 mil habitantes.

O director nacional da Epidemiologia de Cuba, Francisco Durán, informou, entretanto, que quase toda a população vacinável de Cuba recebeu, até ao dia 2, pelo menos uma dose contra a COVID-19.

«Indiscutivelmente, a campanha de vacinação e a melhoria do comportamento sanitário da população ajudar-nos-ão a conseguir estabilidade na luta contra a COVID-19», afirmou o cientista. Acrescentou que, apesar de a taxa de incidência da doença ter diminuído em todas as províncias do país caribenho, «não estamos satisfeitos e continuamos a trabalhar».

Cuba possui três esquemas contra a COVID-19 que superam o limite de 50 por cento de eficácia imposto pela Organização Mundial da Saúde para serem declaradas vacina. Uma delas, a Abdala, já recebeu a autorização de uso de emergência no país, assim como a Soberana 02 para a população pediátrica.

A Abdala, desenhada pelo CIGB, a primeira vacina contra a COVID-19 criada na América Latina, mostrou uma eficácia de 92,28 por cento no esquema de três injecções.

Soma-se à Abdala a vacina do Instituto Finlay de Vacinas (IFV) Soberana 02 que, com duas injecções, demonstrou na sua análise final de eficácia sobre a enfermidade sintomática 65,6 por cento. O IFV anunciou a eficácia de 91,2 por cento do esquema de duas doses de Soberana 02 mais uma da vacina Soberana Plus.

A estes imunizantes juntam-se os candidatos Mambisa, também do CIBG e única para aplicação nasal, a qual obteve autorização das autoridades sanitárias cubanas para iniciar a fase II de ensaios clínicos, e a Soberana 01, do IFV.