A escassas horas do início oficial da campanha para as eleições autárquicas, o Secretário-geral do PCP interveio no primeiro município criado após a Revolução dos Cravos, deixando claro que «estamos aqui determinados a lutar por devolver a Amadora a uma gestão vinculada aos valores de Abril, àquela gestão que assegurou um inegável progresso e desenvolvimento neste concelho e que hoje, pela mão do PS se perdeu».

Nesse sentido, considerou, a Amadora «precisa de uma força como a CDU, que faz da participação popular e da proximidade às populações o eixo fundamental do seu estilo de exercício de poder, assente numa política de verdade e transparência».

Antes de Jerónimo de Sousa, já a cabeça-de-lista à Assembleia Municipal da Amadora, Joana Botas, havia enfatizado a necessidade de a Amadora voltar ao rumo do progresso, a uma gestão pautada pelo desenvolvimento e dinamismo económico e social que foi capaz de construir a cidade que não existia. A candidata notou, além do mais, que não é por falta de condições económicas que a actual gestão PS não o faz, mas por ausência de estratégia.

Força capaz

No mesmo sentido, António Borges, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal da Amadora, acusou o PS de protagonizar um projecto esgotado. Lembrando que o lema com que o PCP-PEV se apresenta às urnas a 26 de Setembro é «dar vida à Amadora», António Borges assegurou que, com a CDU, o concelho vai voltar aos padrões que o catapultaram nacional e internacionalmente em diversos domínios.

António Borges criticou vários aspectos e carências que persistem no concelho, entre outros nas áreas da saúde, promoção do aparelho produtivo, ou a política desportiva e de apoio ao movimento associativo e popular, que o executivo do PS pretende domesticado e de «mão estendida», acusou.

Qualificando ainda a Amadora sob gestão PS como uma «cidade triste e sem participação popular», António Borges deu assim o mote para que Jerónimo de Sousa referisse algumas das opções que urge implementar. O Secretário-geral do PCP sublinhou que a habitação é «um problema sério de mais para ser jogado demagogicamente como trunfo eleitoral pelo PS e o seu Governo» e defendeu um forte investimento para garantir «espaços urbanos humanizados».

Mas referiu, também, a necessidade de inverter a destruição de unidades produtivas como sucedeu com a Sorefame, assim como de «dotar os Centros de Saúde de mais meios humanos, mais médicos e enfermeiros de família», assim como resolver «um dos grandes problemas: o facto do Hospital Fernando da Fonseca estar há muito esgotado nas suas capacidades e o Governo não ter decidido a construção do novo hospital em Sintra com 350 camas».

Na Amadora, o Secretário-geral do PCP precisou, igualmente, algumas das propostas que o Partido tem apresentado para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e do povo, destacando aquelas aprovadas devido à intervenção persistente dos comunistas. E aproveitando a ocasião, anunciou que o PCP « levará à discussão e votação na Assembleia da República, esta semana, um conjunto de propostas visando a redução dos preços da energia e dos combustíveis, abrangendo a electricidade, o gás de botija e os combustíveis».