Por direitos e dignidade em Odemira e no País
É aos Governos do PS, PSD e CDS e à sua política de promoção de agravamento da exploração da força de trabalho que devem ser assacadas responsabilidades pela situação em Odemira, que há muito vem sendo denunciada pelo PCP.
Há milhares de trabalhadores, em grande parte imigrantes, a viver em condições indignas
Notícias recentes vieram dar visibilidade pública a um problema antigo, a existência de milhares de trabalhadores, em grande parte imigrantes, alvo da mais vil exploração e a viverem em condições sub-humanas em explorações agrícolas, nomeadamente no Alentejo, na região de Odemira, tal como noutros pontos do País e outros sectores de actividade. O surgimento de um surto de COVID-19 entre estes trabalhadores veio agravar aquela que era já uma situação dramática.
Muitos dos que hoje se mostram indignados pelas condições em que vivem aqueles trabalhadores (que no essencial conhecem há muito) são os mesmos que não só nada fazem para as impedir como, na sua acção política, promovem a precarização das relações de trabalho, a desvalorização dos salários e a discriminação dos imigrantes. E que apresentam a agricultura intensiva e superintensiva como sinónimos de progresso e modernidade.
Não é o caso do PCP, que há muito vem denunciando a situação desumana em que vivem aqueles trabalhadores e apontando caminhos para a sua resolução. Na Assembleia da República foram frequentes as denúncias das diversas situações de agravamento da exploração e as iniciativas apresentadas para lhe pôr fim, bem como ao modelo de desenvolvimento agrícola que dela se alimenta: nas jornadas parlamentares de 2001, na 3.ª Assembleia Regional do Alentejo em 2006, no Plano Estratégico de Desenvolvimento para o Alentejo proposto no final do ano passado, entre muitos outros exemplos.
Concretamente sobre Odemira, sobressaem sucessivas denúncias públicas e a apresentação de um diploma, em Fevereiro de 2020, onde o PCP alertava para as condições dramáticas em que aí viviam e trabalhavam milhares de trabalhadores, em grande parte imigrantes, e defendia o acesso desses trabalhadores a habitação condigna e a serviços e equipamentos sociais, como médicos de família, hospitais, creches, escolas, etc. Propunha também uma fiscalização mais eficaz das condições de trabalho aí praticadas.