Para rápida vacinação de todos Governo tem de responsabilizar-se

O PCP alertou que a vacinação «pode estar em causa, caso o País se mantenha amarrado às decisões da Comissão Europeia e as farmacêuticas continuem a mostrar dificuldades de produção e distribuição».

O SNS tem de dispor de todos os meios, incluindo profissionais

A preocupação e o aviso foram manifestados pelo Secretário-geral do Partido, ao final da tarde de anteontem, dia 13, em Lisboa, numa audição pública que teve por tema «Garantir a rápida vacinação a todos».

Na intervenção de abertura, no salão do centro de trabalho Vitória, Jerónimo de Sousa sublinhou a importância de a vacinação «avançar o mais rapidamente possível e em segurança, de acordo com o plano definido pela Comissão de Acompanhamento».

No entanto, para «garantir que o processo avance sem mais sobressaltos ou dificuldades», o PCP considera «absolutamente essencial que o Governo assuma a sua responsabilidade na organização do processo de vacinação através do Serviço Nacional de Saúde, assegurando todos os meios necessários para esse efeito, nomeadamente a contratação dos profissionais necessários».

«Empurrar para as autarquias a responsabilidade pela contratação de enfermeiros ou pela concretização de outros aspectos práticos essenciais para que a vacinação avance significaria deixar o País entregue à lógica do salve-se quem puder e, mais grave ainda, significaria que os critérios de vacinação deixavam de ser aqueles que foram decididos e que os portugueses passariam então a ser vacinados em função da capacidade financeira das suas autarquias», assinalou o dirigente comunista.

 

Há meios e medidas no OE

Perante a persistência da epidemia, urge dar «uma resposta que, rejeitando o confinamento, como regra, e a perigosa banalização do estado de emergência, como solução», requer «uma outra mobilização de meios que continuam a ser negados».

São «meios para reforçar as medidas de prevenção, rastreio, testagem e vacinação; meios para reforçar o SNS no combate à COVID-19 e para retomar a actividade programada; meios para reforçar o apoio social, nos vários domínios, a quem foi atingido nos seus salários e rendimentos; meios para apoiar e garantir a estabilidade económica – incluindo as empresas do Estado – e a sobrevivência de milhares de micro, pequenas e médias empresas». Aqui se inclui «a adequada programação e preparação, com os respectivos apoios, para que possam retomar em segurança as actividades económicas, sociais, educativas, culturais, desportivas».

Para a concretização destas medidas é «absolutamente essencial pôr em prática as mais de 20 propostas apresentadas pelo PCP inscritas no Orçamento do Estado, particularmente as dirigidas a sectores já duramente fustigados pela epidemia e por impactos anteriores, como é o caso do turismo, da restauração, da hotelaria e da cultura, mas também para garantir a protecção social a todos aqueles que dela necessitam».

Jerónimo de Sousa registou «com preocupação» que «a grande maioria dessas propostas, dirigidas ao reforço do SNS, ainda não teve concretização, nomeadamente o reforço da estrutura de saúde pública fundamental para o êxito do combate à COVID-19».

O SNS «tem neste combate uma intervenção única e decisiva», que «não pode ser substituída por quem vê na saúde um negócio», frisou o Secretário-geral do PCP.


Diversidade e empenho

De diversos ângulos, mas com comum interesse em indicar causas e responsáveis dos problemas e chegar às melhores soluções, na audição, moderada por Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, intervieram, nos seguintes quase 90 minutos: João Ferreira, da Comissão Política do CC e deputado no Parlamento Europeu; Daniel dos Santos, investigador químico; Paula Santos, do CC e deputada na AR; Nuno Meira Gonçalves, advogado (patentes); Ricardo Oliveira, vereador da CM de Setúbal; Joaquim Judas, médico; João Oliveira, médico oncologista.




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