Na maior Festa do País cabe Portugal de lés a lés
REGIÕES Três dias não chegam para conhecer tudo o que as organizações regionais do PCP apresentam na Festa, seja a gastronomia, o artesanato ou a intervenção política? Talvez... Mas mais vale tentar.
Aqui mostra-se aquilo que de melhor o povo faz em cada região
Na Festa do Avante! uma boa parte do divertimento, na descoberta dos espaços das regiões, começa na peculiaridade da sua distribuição no mapa.
A entrada principal, na Quinta do Cabo poderia ser o Sul, se a representação do terreno fosse vista como a carta de Portugal. Nesta analogia, o azul da Baía do Seixal poderia valer como litoral algarvio, mas aqui, antes de subirmos ao Algarve, passamos pelo pavilhão de Castelo Branco e Guarda. Mais acima, chega-se a Viseu e, logo a seguir, vamos a Lisboa.
Vindos do «Norte», se assim considerarmos a entrada na Quinta da Princesa, chegamos primeiro ao Espaço Internacional – e este é outro mundo! Na avenida que conduz ao Palco Paz, começa-se por visitar a RA dos Açores e o «vizinho» distrito de Setúbal, se descermos pela direita. Já na ala esquerda encontraremos Braga, Coimbra e Aveiro, por esta ordem.
É confuso e também engraçado, mas basta! O resto do mapa, cabe a cada visitante desenhá-lo, num percurso calcorreado à maneira de cada um e que todos conduz para a mesma meta: descobrir aquilo que de melhor o povo faz, em cada uma das regiões, a cumprir os saberes ancestrais e a construir melhor futuro.
Deixamos aqui algumas pistas para essa descoberta.
Viagem pelas nossas terras
NosAçoresmerecem destaque o ananás, o bolo lêvedo, o chá da Gorreana, a pimenta regional, os vinhos e licores, a doçaria e vários tipos de queijo de quase todas as ilhas.
O Alentejopromete animação sem parar, mantendo o artesanato, os vinhos e a gastronomia. Na exposição política dá-se destaque ao reforço do PCP e às propostas do Partido para a região. As culturas intensivas e superintensivas e a necessidade estruturante da regionalização vão ser analisadas em dois debates.
No Algarve os visitantes são recebidos numa ampla esplanada à sombra, para descansar, conviver e desfrutar dos produtos regionais, da doçaria ao marisco. A intervenção do PCP na região, as lutas dos trabalhadores e da população e a solidariedade internacionalista vão ganhar vida em momentos de debate.
No espaço de Aveiro, com zona de esplanada alargada, a doçaria e o leitão da Bairrada destacam-se na oferta gastronómica. O centenário de Mário Sacramento – médico, escritor, militante do PCP, resistente antifascista – é assinalado numa exposição.
EmBraga, está em realce o artesanato, feito porautores do Minho que são referência nacional. A gastronomia pode, como deve, ser acompanhada com vinho verde. Na exposição, são lembradas as lutas travadas no distrito e a actividade do Partido, e em dois debates vai-se abordar «Precariedade em tempo de pandemia» e «A luta que as chamas não queimaram. Minho 45 anos depois!».
O pavilhão de Bragançaevoca a importância da Festa Transmontana, realizada há 40 anos, em Mirandela. Para sábado está marcado um debate sobre as raças autóctones.
No espaço comum de Castelo Branco e da Guarda, pode-se conhecer melhoras potencialidades destes distritos da Beira Interior. Da intervenção e proposta do PCP, são abordadas áreas como a defesa dos rios, a exploração dos recursos minerais, o combate às assimetrias.
Na decoração de Coimbradominam temas como a defesa e valorização do Hospital dos Covões e a obra hidroagrícola do Mondego. Há painéis com pinturas alusivas à valorização do trabalho e dos trabalhadores, enquanto a actividade do PCP no distrito preenchea exposição política.
«Terras de resistência e liberdade» é o tema da decoração e da exposição emLeiria, ligando a histórica luta dos trabalhadores e do povo do distrito com os 100 anos do PCP. Há momentos de poesia e teatro, e um debate sobre produção e soberania. Vai estar à venda o copo de vidro desta 44.ª Festa do Avante!.
Este ano Lisboa está junto ao Espaço Criança, numa área densamente arborizada. Os stands do Alfarrabista, da Feira da Ladra,do Coleccionador edo Sai-Sempre estão mais amplos e arejados. Há petiscos, pregos e bitoques, funcionam a Churrasqueira e a Hamburgaria, a Pastelaria e o Só Frutas, apoiados em mais área de esplanadas.
Na decoração e em exposições, regista-se as lutas dos trabalhadores e da população e as propostas dos comunistas.
No ano do centenário de Amália Rodrigues, o fado volta a ter presença forte, num espaço próprio, com artistas que o preservam e reinventamcomo canção do povo.
Na Madeira, salienta-se uma exposição, no âmbito do centenário do PCP, sobre o papel determinante do Partido no combate ao fascismo no arquipélago. É recordada a brutal acção da PIDE, em 1948, com o objectivo de destruir a organização do Partidoe a resistência antifascista.
No Portoestá em evidência a campanha «Em defesa dos nossos rios», promovida pelo PCP, para exigir respostas aos problemas e propor uma política de defesa e valorização dos recursos hídricos, com foco no Douro. O tema será ainda abordado num debate.
Para além dos comes e bebes típicos, os visitantes encontram aqui as filigranas, os têxteis, as mantas e os couros.
Propondo pratos típicos, vinhos e doces, Santarém dá destaque às mais recentes acções dos trabalhadores no distrito, bem como ao esforço paraalargar a organização e a intervenção do Partido nas empresas.
A alegria, a animação e a solidariedade continuam a marcar o espaço deSetúbal, onde se cruzam sabores do mar e do campo. «Mais direitos, mais emprego, mais desenvolvimento e mais produção regional» vai ser exigido em painéis. Dois debates vão colocar o foco nas lutas dos trabalhadorese na intervenção do movimento associativo popular.
O pavilhão de Viana do Casteloestá decorado na base de propaganda política das últimas décadas, tornando bem visíveis a criatividade artística, as lutas dos trabalhadores e da população, a história heróica do PCP e a sua luta no presente. Uma exposição homenageia «Os construtores do Partido» no distrito.
O centenário do PCP marca também Vila Real, onde se pode ver uma exposição sobre Militão Bessa Ribeiro. Uma sessão de apresentação desta exposição tem lugar na sexta-feira à noite e, no sábado, à tarde, é apresentado «Balanço Precário», de Carlos Coutinho.
Os comeres e vinhos da Beira Alta garantem encher-nos a boca em Viseu. Espaço de boa mesa, também mostra na Festa a luta dos trabalhadores e o papel do Partido na região.