Relançamento com medidas efectivas
O reforço do investimento público, o pagamento integral dos salários aos trabalhadores, a proibição dos despedimentos e a estabilidade no emprego, a efectivação do direito à contratação colectiva e o reforço da protecção social no desemprego são exemplos de «medidas efectivas de relançamento da economia, que rompam com a política laboral de direita», exigidas dia 5 pela CGTP-IN.
A posição da confederação foi divulgada a propósito das estatísticas do emprego, relativas ao segundo trimestre, publicadas nesse dia pelo INE.
Destacando a conclusão de que «a crise sanitária está a ter efeitos muito negativos no emprego», com uma diminuição de 135 milhares (2,8%), em relação ao trimestre anterior, ou de 185,5 milhares (3,8%) face ao mesmo trimestre de 2019, a Intersindical assinala que «estes efeitos foram ampliados pela ausência de medidas que impedissem os despedimentos».
O patronato é acusado de se ter livrado de milhares de trabalhadores não permanentes, sublinhando a central que «um, em cada cinco trabalhadores com contratos precários, perdeu o seu ganha-pão no último ano». Confirma-se assim «o que a CGTP-IN sempre disse sobre a precariedade ser a antecâmara do desemprego, uma forma de exploração que sucessivos governos não só não atacaram, como agravaram na última revisão do Código do Trabalho».
Milhares
por contar
Os dados sobre o desemprego «não reflectem o grande aumento verificado», uma vez que «muitos desempregados não são assim classificados pelo INE».
A CGTP-IN explica que se refere àquilo que o INE designa como «subutilização do trabalho», considerando «os inactivos disponíveis para trabalhar, mas que não procuraram emprego (estimados em 312,1 milhares), os trabalhadores a tempo parcial subempregados (132,7 milhares), os inactivos à procura de emprego mas não disponíveis (25,4 milhares)», que «não são contabilizados como desempregados» mas «efectivamente não têm emprego ou trabalham menos horas do que desejam». No segundo trimestre de 2020 «havia cerca de 749 milhares de pessoas nessa situação».
A Inter nota ainda que «pouco mais de um terço do número real de desempregados tem acesso à protecção no desemprego, sendo o valor médio das prestações de desemprego de apenas 507 euros, pouco acima do limiar de pobreza».