PCP quer serviços rodoviários a «todo o vapor» no Norte
TRANSPORTES Não há uma única empresa privada rodoviária no Norte do País que não tenha trabalhadores em lay-off simplificado, situação que o Partido pretende inverter com carácter de urgência.
Entre as exigências estão o fim do lay-off e o aperto na fiscalização
A preocupação de fazer conjugar serviços e carreiras com o crescente número de utentes que delas necessitam foi manifestada por Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central, no final de uma reunião com a direcção do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Urbanos do Norte (STRUN). Em declarações à comunicação social após o encontro, o responsável pela Organização Regional do Porto do PCP sublinhou que, com a aproximação do mês em que milhares de pessoas regressam à rotina laboral, e os estudantes dos vários ciclos iniciam um novo ano lectivo, impõe-se, pelo menos, a reposição dos serviços que os operadores realizavam até ao início de Março, particularmente no que diz respeito aos transportes rodoviários de passageiros.
Ao Porto Canal e à Lusa, Jaime Toga denunciou que todas as empresas de transportes da região mantêm trabalhadores em regime de lay-off simplificado, algumas com cifras que ascendem a 70 por cento do total do efectivo. Simultaneamente, muitos trabalhadores são forçados a prolongar os respectivos horários, tendo o dirigente comunista exemplificado com o caso de um motorista cuja jornada durou mais de 12 horas ininterruptas.
Sobrecarga de mais duas ou três horas diárias, por norma, para uns, enquanto outros são mantidos com os contratos total ou parcialmente suspensos implicando cortes nos salários, são abusos confirmados por José Silva, coordenador do STRUN, também em declarações ao Porto Canal.
Situação que, de resto, a prolongar-se até ao final do ano, como almejam os operadores privados, traduzir-se-á, inevitavelmente, na manutenção de uma oferta abaixo do que está contratualizado e é pago pelo erário público. Não menos importante, significa a perpetuação da sobrelotação que se tem verificado em muitas carreiras.
Daí que entre as exigências do PCP estejam, a par do fim do lay-off simplificado, do cumprimento da jornada laboral habitual de oito horas e da reposição dos serviços ao nível do que se verificava antes da pandemia, o aperto na fiscalização das regras de protecção sanitária por parte das autoridades competentes.
Tudo matérias acerca das quais o PCP apresentou, recentemente, na Assembleia da República, um projecto de resolução, o qual acabou chumbado por PS, PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal, esclareceu Jaime Toga.