«Tudo aos accionistas» da Galp
Na assembleia-geral, dia 24, os accionistas da Galp Energia deverão aprovar a proposta da administração, para que se mantenha a prevista distribuição de dividendos, relativos a 2019, «como se nada tivesse acontecido», alertou a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal.
Para a CCT da maior empresa do grupo, «é absurdo e imprudente, num contexto de elevada incerteza, que se distribua mais valor aos accionistas do que realmente se produziu», pois o resultado líquido apresentado foi de 560 milhões de euros, mas os accionistas aprovaram distribuir entre si 577 milhões. Este valor, como observou a CCT da Petrogal no dia 7, «corresponde a um aumento de 10 por cento face a 2018, não obstante os resultados do grupo terem caído 21 por cento».
Em causa, no dia 24, vai estar a segunda tranche, de quase 315 milhões de euros, porque em Setembro os accionistas já receberam mais de 262 milhões.
A CCT critica o critério «duplo», reflexo do «funcionamento do mecanismo de exploração desenfreada dos trabalhadores e das pequenas e médias empresas» que prestam serviços à Galp. O mecanismo «sintetiza-se nisto: «tudo aos accionistas porque alguém há-de pagar a crise, os trabalhadores», como «aqueles que foram e serão despedidos dos prestadores de serviço por a administração ter rasgado os respectivos contratos, ao mínimo sinal de dificuldades».