«Os homens e mulheres que sempre deram, e dão, tudo de si para assegurar o fornecimento de pescado e produtos da pesca ao País, constituem uma força de trabalho e um sector que têm de ser respeitados, valorizados e protegidos com acções concretas e não apenas com palavras». Esta é a conclusão da Direcção da Organização Regional de Leiria (DORLEI) do PCP, num comunicado em que sublinha que «o sector das pescas está a sofrer um forte abalo», agravando «a já difícil situação».

A DORLEI adianta que «um dos principais problemas é a acentuada quebra de rendimento», e detalha que «nas lotas de Peniche e Nazaré, nas últimas semanas, as quebras de preço de espécies com alto valor comercial chegaram aos 50 por cento».

«No entanto, na grande distribuição os preços não sofrem praticamente alterações», denunciam os comunistas leirienses, que realçam o projecto-lei apresentado pelo PCP visando «a garantia dos rendimentos dos pescadores; a sua protecção sanitária; o combate à desvalorização do pescado na primeira venda; assegurar a manutenção de abastecimento público e a criação de regimes especiais de comercialização».

A iniciativa foi chumbada por PS, PSD, IL e PAN, recorda ainda o Partido, que acusa o Governo de «falta de iniciativa» e insuficiência ao remeter as respostas para a União Europeia (cuja falta de solidariedade é gritante, notam), de se limitar «a criar linhas de crédito» que significarão «mais endividamento», e a prometer alargar o âmbito e a pagar «as verbas em atraso do Fundo de Compensação Salarial (FCS)».

Quanto ao alargamento do FCS, se este for agora «esgotado» por uma situação para a qual não foi instituído, «como se compensarão os pescadores no futuro com as frequentes paragens com que se têm confrontado?», questiona ainda a DORLEI, que termina alertando para o futuro da pesca de cerco, designadamente quanto aos «perigos que podem resultar de atrasos na atribuição da quota da sardinha», e quanto à necessidade de compensação face às «previsíveis quebras do preço».