Mais de 50 localidades foram retomadas nos dias 15 e 16 pelo Exército Árabe Sírio e forças aliadas, no Oeste e Noroeste da província de Alepo, a 365 quilómetros a Norte da capital, Damasco.

Os militares libertaram as cidades de Hayan, Bayanoun, Musebeen, Lairamoun e outras 47 povoações e zonas, no meio de um colapso das fileiras terroristas que queimaram os seus quartéis e sedes antes de se retirar, informaram fontes sírias. A televisão estatal mostrou imagens de casas de Alepo com os moradores celebrando a chegada das forças governamentais.

Com estes avanços das forças armadas sírias e aliados fica assegurado o controlo da capital provincial, Alepo, que sofre desde 2012 bombardeamentos terroristas com foguetes e morteiros que causaram a morte de milhares de civis. Em finais de 2016, as forças governamentais tinham libertado o centro de Alepo, após uma encarniçada batalha, e agora recuperaram localidades à volta da cidade.

Os terroristas chegaram a ocupar 80 por cento da província de Alepo – a mais povoada da Síria, com cerca de quatro milhões e meio de habitantes – e quase metade da capital da província.

Mais de 1400 quilómetros quadrados foram libertados pelos militares sírios desde o início da sua ofensiva, há aproximadamente um mês, nas províncias nortenhas de Idlib e Alepo.

Foi também noticiado que o Exército Árabe Sírio já tem o controlo total da principal auto-estrada da Síria, entre Damasco e Alepo. A operação implicou a libertação, no último mês, de troços da rodovia que estavam em poder dos terroristas e de localidades adjacentes em ambos os lados da estrada, nas províncias de Idlib e Alepo. Após o anúncio da libertação da auto-estrada, muito danificada em alguns troços, as autoridades sírias deram início à sua reabilitação.

Ultimato turco

Os ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Serguéi Lavrov, e turco, Mevlut Cavusoglu, reuniram-se na semana passada, à margem da Conferência de Segurança de Munique, e já esta semana em Moscovo para debater a situação na Síria, em especial na província de Idlib, e tentar encontrar uma solução pacífica.

Em ambiente «positivo», os contactos entre Rússia e Turquia «a nível de peritos, diplomatas, militares e serviços de segurança têm por objectivo encontrar formas de implementar os acordo sobre Idlib», revelou Lavrov.

A tensão na zona desmilitarizada de Idlib, criada em 2018 após um acordo entre Moscovo e Ankara, agravou-se no princípio deste mês, com escaramuças entre militares turcos e sírios. Damasco acusa a Turquia de apoiar grupos terroristas naquela província e de enviar ilegalmente tropas para a Síria.

O presidente turco, Recep Erdogan, apresentou um ultimato a Damasco para que cesse as operações em Idlib e retire as suas tropas dos postos de observação turcos até final de Fevereiro, ameaçando com uma resposta militar.