Novo primeiro-ministro do Iraque promete executivo em poucos dias
O primeiro-ministro designado do Iraque, Mohammad Allawi, prometeu no domingo, 16, que apresentará dentro de dias um governo formado por figuras independentes dos partidos políticos. Allawi submeterá a proposta desse gabinete à consideração do parlamento em tempo recorde, apesar de a Constituição iraquiana lhe conceder até 30 dias para indicar o executivo, prazo que só expira a 2 de Março, informa a Prensa Latina a partir de Bagdad.
«Aproximamo-nos de um feito histórico, um gabinete integrado por pessoas competentes e imparciais, sem a intervenção de nenhum partido político», considerou o chefe do governo através das redes sociais.
A decisão de incluir ministros independentes cumpre uma das reivindicações das manifestações anti-governamentais iniciadas no Iraque a 1 de Outubro do ano passado. São também exigências do clérigo muçulmano xiita Moqtada Sadr, chefe do movimento Sairoon, força política que possui a maior bancada no congresso do país árabe.
Protestos massivos em Bagdade e no sul de maioria xiita têm exigido o fim da corrupção da elite governante, a quem os manifestantes responsabilizam pela deteriorada situação económica e social no Iraque.
No dia 1 de Fevereiro, Allawi foi encarregado de liderar a formação de um novo governo, após consenso entre os partidos políticos, embora o movimento Sairoon seja a única força política a apoiá-lo publicamente.
A posição desse grupo político confessional, que tem estabelecido alianças com forças seculares, foi de simpatia pela sublevação popular contra a elite governante mas mudou ao expressar apoio ao primeiro-ministro designado.
Agora, os manifestantes rejeitam Allawi – que em duas ocasiões foi ministro das Comunicações –, acusando-o de ser próximo dos dirigentes que governaram o país desde a invasão e ocupação do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003.
Como resultado dessa presença estrangeira, o Iraque sofre uma grave crise económica e social, com marcadas contradições entre pobres e ricos, além de enormes carências em sectores como a saúde, a educação e o emprego.