Pôr fim à ruína das PPP e concluir o IP2
O IP 2, cuja obra foi interrompida em 2011, mantendo-se por acabar – nos quilómetros em falta é ferro à vista em processo de deterioração, obras de arte ao abandono, mato no canal rodoviário entretanto aberto -, constitui um problema para a cidade de Évora, em particular para todos aqueles que fazem a ligação Norte-Sul e que passam pela cidade património mundial.
«O problema é que o IP2 atravessa neste momento Évora e talvez esta seja a única cidade do mundo em que um hospital distrital é atravessado por uma estrada nacional» (a via está ladeada pelos dois edifícios daquela unidade de saúde), lamentou o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, em encontro com jornalistas no local do troço entre Évora e S. Manços.
A necessidade de «retomar a obra com urgência», «retirando o trânsito da cidade», foi assim sublinhada com grande ênfase pelo edil, que explicou que em causa estão também «razões de segurança», já que circulam todo o tipo de viaturas, incluindo pesados de mercadorias e de matérias perigosas.
Não escondeu por isso a sua preocupação por não ver no Plano Nacional de Investimentos «nenhuma vontade de completar o IP2, quando essa questão é fundamental para resolver o problema do trânsito na cidade de Évora.
A paragem da obra, tal como outras em vários pontos do território, resulta da quebra do investimento nas infra-estruturas e sua modernização e é indissociável da opção política dos governos PS/Sócrates e PSD/CDS de Passos e Portas de privilegiar as PPP, lembrou o deputado Bruno Dias, que informou estar esta obra integrada na chamada sub-concessão do Baixo Alentejo, que é uma PPP.
Para o PCP é evidente que a interrupção das obras e as «renegociações» dos contratos puseram à vista, por um lado, que a modernização das infra-estruturas e da redes viárias exige uma outra política, e, por outro lado, que é urgente «desamarrar o País da opção ruinosa das PPP», que continua a bloquear o IP2.
Avançar nesse sentido é o propósito da iniciativa legislativa a formalizar por estes dias, para que seja posto termo ao negócio ruinoso das PPP, para haja investimento efectivo e sejam concluídas obras «indispensáveis à coesão territorial e ao desenvolvimento».