Contra o branquear do fascismo e o anticomunismo

«Uma peça de anticomunismo e falsificação histórica», assim é classificada pelo PCP a resolução aprovada no Parlamento Europeu sob uma denominada «importância da memória europeia para o futuro da Europa», que justificou pelo seu lado a apresentação de um voto de condenação e protesto na AR, que veio a ser rejeitado sexta-feira, 15, com os votos contra de PS, PSD, CDS, PAN, Chega (CH) e Iniciativa Liberal (IL).

Votos a pretexto da mesma resolução de reescrita da história e branqueamento do fascismo do CDS, IL e CH foram igualmente submetidos à votação, recolhendo apenas o voto dos próprios e do PSD, sendo por isso chumbados. Já um voto do PS sobre o mesmo tema obteve a luz verde da câmara com os votos favoráveis, além do subscritor, do PSD, BE, CDS, PAN, IL e L, e os votos contra do PCP, PEV e CH.

Numa leitura ao posicionamento de PSD e CDS, o líder da bancada comunista considerou que ambos «estão a fazer a opção de cobrir por cima o carácter mais reaccionário e mais antidemocrático dos seus sucedâneos, o Chega e a Iniciativa Liberal».

«E é notável que façam isso a propósito de uma das mais conhecidas operações de branqueamento do fascismo e do nazismo que é precisamente a equiparação entre o nazismo e o fascismo àqueles que lhes deram o combate mais firme», afirmou João Oliveira, sublinhando que o PCP, que «tem nas suas fileiras gente que deu a vida para que Portugal pudesse conquistar a liberdade e a democracia com a Revolução de 25 de Abril», «não pode deixar de denunciar esse branqueamento».

O presidente da formação comunista afirmou-se confiante de que o «povo há de saber colocar aqueles que procuram branquear o fascismo e o nazismo, com resoluções deste tipo, no caixote do lixo da história, porque é esse o seu lugar».

No seu voto de condenação e protesto o PCP destaca, entre outros aspectos, que a resolução do Parlamento Europeu «minimiza as atrocidades cometidas pelo nazi-fascismo e esconde as responsabilidades dos grupos monopolistas e das potências ocidentais na ascensão do fascismo e na eclosão da Segunda Guerra Mundial, ao mesmo tempo que silencia o contributo determinante da URSS para a derrota do nazi- fascismo».




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