Levar a luta das mulheres até ao voto na CDU
DIREITOS Sob o lema «Avançar com os direitos das mulheres em Portugal e na Europa», mais de 400 pessoas participaram, segunda-feira, 13, em Lisboa, num jantar de apoio à CDU.
Força aliada da luta das mulheres
Como destacou a escritora Ana Margarida de Carvalho, mandatária nacional da lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE), a «grande adesão» das mulheres naquela iniciativa – em duas salas da Casa do Alentejo – é o «reconhecimento» do trabalho da força política que defende os direitos das mulheres, mas também dos candidatos e candidatas da Coligação que junta o PCP, o PEV, a Associação Intervenção Democrática e cidadãos independentes.
O jantar abriu com um momento musical proporcionado por Ana Sanmarful (violino), Joana Sanmarful (violoncelo) e Sofia Sequeira (guitarra).
Para além do cabeça de lista da CDU, João Ferreira, no jantar estiveram também as candidatas Viviana Nunes, Isabel Camarinha, Alma Rivera, Mariana Silva e Sandra Pereira, Rita Rato, deputada do PCP na Assembleia da República, Cláudia Madeira, da Comissão Executiva do PEV, Deolinda Machado, independente e da Comissão Coordenadora da CDU. O PCP fez-se também representar por Inês Zuber, do Comité Central e da DORL, Fernanda Mateus, da Comissão Política, Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado, e Jerónimo de Sousa, Secretário-geral.
Intervenção
Depois de Deolinda Machado, João Ferreira destacou algumas iniciativas dos deputados do PCP no PE que contribuíram para evidenciar as causas dos retrocessos registados em Portugal e em vários outros países da União Europeia na situação e nos direitos das mulheres, ao nível dos direitos laborais, económicos, sociais e culturais.
O relatório de Inês Zuber, ex-deputada comunista, foi apontado como exemplo do que se fez para salvaguardar os direitos das mulheres com deficiência, bem como de «prevenir e combater a violência sobre as mulheres, tanto na esfera da violência doméstica, como na prostituição que constitui uma grave forma de violência e exploração».
Neste sentido, João Ferreira pediu «mais força à CDU» para garantir «uma luta determinada pelo cumprimento dos valores, conquistas e direitos das mulheres consagrados em Portugal com a Revolução de Abril e plasmados na Constituição da República».
Quase a terminar, lançou um desafio a todas as mulheres que «assumem a igualdade com uma dimensão fundamental para as suas vidas»: «nestas eleições tomem partido» e levem «a luta das mulheres até ao voto na CDU».
Corrupção e ligações espúrias
No final do jantar, Jerónimo de Sousa acusou os candidatos do PS, do PSD e do CDS de tudo fazerem para «apagar e fazer esquecer» as suas opções semelhantes no que é essencial.
No entanto, «a vida mostra que naquilo que é fundamental para a definição de uma política para o País e para a Europa, muito pouco os diferencia». «Afirmam diferenças, mas o que se viu e continua a ver é que estão unidos pela igual aceitação do colete-de-forças do Tratado Orçamental que aprovaram e os seus governos sempre executaram, onde pesa de sobremaneira a política da ditadura do défice», acusou o Secretário-geral do PCP. PS, PSD e CDS estiveram igualmente juntos nas privatizações, nas parcerias público-privadas, na defesa da liberalização dos mercados ao serviço dos grandes interesses transnacionais à custa da economia nacional, na regressão dos direitos laborais e sociais, na garantia aos banqueiros do apoio do erário público para cobrir os seus desmandos, negociatas e fraudes.
Criticou também o «escândalo» e «desfaçatez» do empresário Joe Berardo (na comissão de parlamentar de inquérito sobre a recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos), que «mais não é que a ponta do iceberg que esconde esse problema maior que mina a sociedade portuguesa e que tem origem na promiscuidade entre poder político e económico, com o que ele significa de lastro para a corrupção e de justificação para drenar milhares de milhões para a banca e para os seus negócios obscuros».
Também por isso, é «importante» ter no PE «quem defenda os interesses do povo e do País», sublinhou Jerónimo de Sousa.