Só votando CDU se faz a diferença
LISBOA Entre apelos à afirmação da diferença e das razões para confiar o voto no PCP-PEV, João Ferreira desafiou no passado sábado a que se tome partido pela defesa da Segurança Social pública e pelo aumento do SMN para 850 euros.
«Não, não são todos iguais», reiterou João Ferreira
Uma jornada de manhã à noite, com contactos directos, um comício na rua, um almoço e um jantar com activistas – assim foi o dia de campanha de João Ferreira no sábado, em quatro concelhos do distrito de Lisboa. Em Benfica, acompanhado por dezenas de apoiantes da coligação, o primeiro candidato da CDU ao Parlamento Europeu (PE) encabeçou a arruada que partiu do Mercado Municipal e nunca se furtou a conversas e interpelações.
Aliás, quem não deve não teme, lá diz o nosso povo, e para João Ferreira a CDU não teme comparações. Pelo contrário, solicita que se façam, designadamente quanto ao trabalho ímpar realizado pelos seus três deputados em cinco anos de mandato. Quer quanto à quantidade quer quanto ao conteúdo da intervenção havida.
Foi o que disse João Ferreira aos jornalistas a meio do percurso, do que decorre que «não, não são todos iguais». Por isso é urgente afirmar a CDU «não deixando nenhuma conversa por fazer» até dia 26 de Maio, realçou ainda no fim da arruada.
A diferença entre defender o País e o povo face à integração capitalista europeia, e ser o melhor defensor da UE em Portugal, título que disputam PS, PSD e CDS correntemente, foi de resto um dos pontos fortes do discurso à hora do jantar em Valejas, Oeiras.
Numa iniciativa de casa cheia e corações ardentes, João Ferreira insistiu nesta ideia e, já depois de Heloísa Apolónia usar da palavra, acentuou as divergências substantivas entre a CDU e aqueles partidos quando se trata de optar entre Bruxelas e os seus senhores e o nosso país e povo. Deu a esse respeito vários exemplos de políticas concretas e respectivas consequências.
Desafiou, assim, PS, PSD e CDS a «mostrarem meia dúzia de coisas com verdadeira importância e impacto em que tenham votado de forma diferente [no Parlamento Europeu]».
Desafios sérios
Desafios foram igualmente feitos nas iniciativas ao almoço, em Queluz, Sintra, e a meio da tarde, sob um sol tórrido, em Sacavém, Loures. Na primeira, o candidato de comunistas e ecologistas acusou PS, PSD e CDS de terem votado favoravelmente no euro-hemiciclo uma norma que abre a porta à privatização do sistema de previdência. «Se a perda dos descontos de uma vida inteira por parte de milhões de trabalhadores, durante a mais recente crise, não serviu de lição àqueles que voltam a permitir a sua apropriação pelos fundos de pensões privados, que sirva de lição a todos aqueles que deram o seu voto ou que pensam fazê-lo a partidos que ameaçam a sustentabilidade da Segurança Social pública e o futuro de milhões de trabalhadores», sublinhou.
Em seguida, junto ao Monumento ao Operário Cerâmico, num comício em Sacavém no qual o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, destacou a CDU como «a voz clara» que tem «falado verdade ao longo da pré-campanha», João Ferreira reclamou para os deputados eleitos nas listas do PCP-PEV o mérito singular de «defenderem os direitos e os anseios dos trabalhadores e do povo, o direito de Portugal ao desenvolvimento e à soberania».
«Dar mais força à CDU» numas eleições em que o que está em jogo em tudo a ver com as condições de vida de cada um «representa um factor determinante para avançar», acrescentou, antes de salientar que entre os avanços que se impõe está «a valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários e direitos, das suas reformas e pensões», e reclamar, nesse sentido, um aumento do Salário Mínimo Nacional para os 850 euros mensais num curto espaço de tempo.