Construir uma grande campanha de massas
Cabe aos militantes e activistas da CDU construírem o resultado eleitoral
As eleições foram um tema incontornável no Encontro Nacional de sábado. Do seu enquadramento político à definição de objectivos, do estilo de campanha à necessidade de fiscalização, de tudo se falou.
Jorge Cordeiro, do Secretariado e da Comissão Política, apelou a que se assuma os três actos eleitorais «como uma única batalha, em que cada uma soma e se projecta para a batalha seguinte, tendo como objectivo comum o reforço da CDU». Ao nível dos argumentos, importa «dar visibilidade ao facto de ser na CDU que reside a mais sólida garantia de construção de um caminho alternativo capaz de dar solução aos problemas nacionais».
Já Carlos Gonçalves, da Comissão Política, alertou para o quadro mediático adverso, marcado por «fake news», «caos informativo» e imposição do «pensamento único» e do anticomunismo. Face a isto, a «mobilização dos militantes e activistas para uma tarefa absolutamente decisiva, o contacto directo», ganha importância primordial.
Na mesma linha, João Dias Coelho, também da Comissão Política, reconheceu que «muito do que conseguirmos alcançar neste ciclo eleitoral vai depender de circunstâncias objectivas, muitas das quais não determinamos». Daí que o resultado eleitoral da CDU tenha de ser «construído a pulso, ganhando e conquistando cada voto».
Armindo Miranda, do mesmo organismo, identificou as «duas poderosas ferramentas com grande força transformadora» de que os comunistas e os seus aliados dispõem: a «força galvanizadora das justas causas por que lutamos» e a «organização do Partido, os seus quadros e todos os seus militantes», que deram já provas da sua «extraordinária capacidade de concretização e transformação».
Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado, apelou ao aproveitamento cabal dos meios próprios do Partido e da CDU, garantindo que será da dinâmica criada na campanha que «vamos desenvolver o nosso trabalho de angariação de fundos», pois o Partido «não depende e não quer depender do Estado» e «recusa qualquer tipo de apoios dos grupos económicos e financeiros».
Somar forças
Após considerar os momentos eleitorais como propícios para a «convergência e unidade com os democratas e patriotas», Jorge Pires, da Comissão Política, garantiu ser «fundamental ir já para o terreno recolher apoios» para a CDU, constituindo desde logo comissões de apoio à coligação. Esta é «uma tarefa de todo o Partido e deve ser concretizada por todo o Partido».
Nas empresas e locais de trabalho, sublinhou Cátia Lapeiro, do Comité Central, importa desde já «discutir, planear e envolver o máximo de camaradas e amigos em acções de contacto com os trabalhadores que divulguem o projecto da CDU». A intervenção do Partido em prol dos direitos e a sua presença constante nas acções de luta constitui um património valioso para a intervenção eleitoral, acrescentou.
Susana Ramalho, da Comissão Concelhia do Barreiro, destacou o papel das organizações locais na afirmação do projecto do PCP e da CDU, pela proximidade às populações e ao movimento associativo. A planificação da campanha é determinante, garantiu, quer se trate de grandes acções de massas quer de pequenas iniciativas, como debates nos bairros ou distribuições nos mercados ou junto a pequenas empresas.
Isabel Camarinha, do Sector Sindical, propôs a criação de «comissões de apoio à CDU nas empresas e locais de trabalho», acrescentando que os sindicalistas comunistas devem, na sua acção, esclarecer como o voto no PS, PSD e CDS «condiciona e dificulta o «alcançar dos objectivos pelos quais lutamos». Assim contribuirão a que se faça dos dias 26 de Maio e 6 de Outubro jornadas de luta e reivindicação.
Eugénio Pisco, do Comité Central, chamou a atenção para as alterações introduzidas nas leis eleitorais e apelou à mobilização das organizações do Partido para a necessária fiscalização das eleições. «Não podemos facilitar nem aligeirar», garantiu, apontando a indicação de membros e delegados para o maior número possível de mesas como questão central.