O PARTIDO NAS EMPRESAS

Desmascarar a natureza do capitalismo

De entre as múltiplas funções das células do PCP nas empresas e locais de trabalho está a de desmascarar a natureza exploradora do capitalismo. É o que faz a célula do sector da Cortiça da Organização Regional de Aveiro no comunicado distribuído aos trabalhadores do Grupo Amorim, intitulado «Crescem os lucros à custa de cada vez maior concentração e exploração».

No texto, os comunistas realçam que «os números e a realidade actual não enganam», sendo cada vez maiores os lucros registados pela Corticeira Amorim: só nos primeiros nove meses deste ano, o resultado líquido da empresa subiu para mais de 56 milhões de euros face a igual período de 2016; é a própria a reconhecer que as vendas atingiram neste espaço de tempo 531 milhões de euros, expressivamente mais do que no ano anterior.

Este cenário, tantas vezes denunciado pelo PCP, é agora ainda mais grave, sustenta-se no comunicado, pois não só assenta na maior exploração dos seus trabalhadores, por via de baixos salários, discriminações continuadas e precariedade generalizada, como no crescente «poder tentacular» da empresa. A Corticeira Amorim, afirma o Partido, tem vindo a absorver outras importantes unidades industriais do sector, tornando-se assim num «autêntico poder hegemónico e monopolista». Para o PCP, não se pode tolerar num grupo que «tanto lucra e prospera» o recurso sistemático a contratos a prazo e a «intensos e desumanos ritmos de trabalho». A organização e a luta dos trabalhadores, unidos e firmes em torno do seu sindicato, é o caminho para travar tamanha injustiça e desigualdade e valorizar salários e direitos.

Combater a exploração

Em Lisboa, a célula do PCP no Pingo Doce emitiu um comunicado aos trabalhadores da rede de supermercados do grupo Jerónimo Martins – cujo dono é Alexandre Soares dos Santos, o português mais rico – no qual chama a atenção para a exploração que ali reina e para reiteradas práticas de discriminação.

O que é senão discriminação pagar «mais a uns do que a outros com os mesmos anos de trabalho e de categoria profissional igual» ou conceder aumentos de salários com tantas contrapartidas que a maioria acaba por não receber o dito aumento? E o que é senão exploração forçar os trabalhadores a laborar «duas, três e até quatro vezes mais» ao mesmo tempo que não contratam mais trabalhadores por, alegadamente, os quadros estarem completos?

No Pingo Doce, mesmo aos que sempre gozaram os dois dias de folga semanal durante todo o ano, de há três anos para cá «roubaram esses dois dias nas semanas do Natal e da passagem de ano, ao deixarem de os devolver em Janeiro». Em vez disso, as lojas ficam abertas por mais duas horas para além do horário normal de fecho.

Também a célula do Partido na Lisnave/Estaleiro da Mitrena, na edição de Novembro do seu boletim, O Hélice, realça que os milhões de euros de lucros registados anualmente pela empresa exigem que a administração proceda ao aumento geral dos salários em todo o grupo Lisnave, a criação de melhores condições de higiene e segurança dentro do estaleiro e o cumprimento do preceito constitucional de «salário igual para trabalho igual».

Para que estes objectivos sejam uma realidade, o PCP apela à participação e unidade dos trabalhadores em torno da discussão do caderno reivindicativo para 2018 a apresentar à administração, sendo certo que quanto maior for a unidade demonstrada «mais força as propostas terão e mais alto se fará ouvir a voz dos trabalhadores».




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