Edgar Silva reclama combate
às causas da pobreza

Quem acolhe o grito dos pobres?

Numa jornada pelo distrito de Lisboa, no dia 12, Edgar Silva voltou a defender um forte combate às causas profundas da pobreza, que afecta já um terço dos portugueses.

Não basta «lamentar» a pobreza, há que combater as suas causas

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Não terá o Presidente da República uma palavra a dizer quando um terço dos portugueses se encontra na pobreza? Não deverá o Chefe de Estado assumir a erradicação da pobreza como uma causa nacional urgente? Não seria expectável que o mais alto magistrado da nação se empenhasse a fundo nesta que é uma elementar questão de defesa dos direitos humanos e do progresso social? Para Edgar Silva, a resposta é simples: sim, o Presidente da República devia estar na «linha da frente» da luta contra a pobreza e a exclusão social.

Foi este o mote da visita realizada anteontem pelo candidato apoiado pelo PCP à Cova da Moura, na Amadora, um bairro que, nas suas palavras, se encontra na «ultraperiferia social». Tal como esteve «em casa» na véspera, na vibrante arruada realizada no Funchal (ver página 10), também no dia 12 Edgar Silva esteve no seu meio natural ao regressar, 28 anos depois, à Cova da Moura: nessa altura, estudante da Universidade Católica, Edgar Silva vivia no bairro de lata da Curraleira (em Lisboa) e visitava com regularidade a Cova da Moura, onde se experimentavam importantes e inovadores projectos sociais, dos quais o agora candidato presidencial recolheu ensinamentos para o Movimento Escola Aberta (inspirado no pedagogo brasileiro Paulo Freire), implementado nas zonas periféricas do Funchal.

Entre esse tempo e a actualidade, Edgar Silva nota muitas diferenças no bairro, em particular as que resultam da acção daqueles que apelidou de «transformadores da História», os activistas das associações sociais que intervêm no bairro, recusando a exclusão a que governos e autarquias há muito pretendem votar as suas populações, apoiando as suas crianças e valorizando os seus jovens. Entre elas, destaca-se a Associação Cultural Moinho da Juventude, criada em 1984 e galardoada em 2007 com o Prémio de Direitos Humanos da Assembleia da República. Dirigentes desta e de outras associações acompanharam Edgar Silva durante toda a visita.

Em declarações aos jornalistas, o candidato denunciou a resposta insuficiente do Estado face às situações de pobreza, dando a Cova da Moura – onde faltam equipamentos e apoios sociais – como exemplo. Mas foi nas causas da pobreza que Edgar Silva colocou a tónica do seu discurso, lembrando fenómenos em crescimento como o desemprego, a precariedade e os baixos salários. Muitos são aqueles, na Cova da Moura e não só, que têm vários empregos sem que isso os livre da pobreza. Uma creche do bairro funciona entre as 6 da manhã e as oito da noite, o que revela como é desenfreada a exploração dos trabalhadores que ali deixam os seus filhos.

Direitos para cumprir

De pobreza e da luta sem tréguas contra as suas causas falou também Edgar Silva na sessão com reformados, pensionistas e idosos realizada ao início da tarde na Casa do Alentejo, em Lisboa. Para o candidato, que estava acompanhado por apoiantes que participam activamente no movimento unitário de reformados (no caso, o MURPI e a Inter-Reformados), é inconcebível que aqueles que trabalharam toda uma vida estejam hoje entre as camadas sociais mais afectadas pela pobreza. Uma vez reformados, são muitos os que ficam na dependência de filhos e netos, esmagados por reformas e pensões parcas e privados de qualquer apoio social digno desse nome.

Na intervenção que proferiu no local, recebida com um imenso entusiasmo e «força juvenil», o candidato acusou os que «choram lágrimas de crocodilo» face à pobreza e à sua dimensão e não só não têm uma palavra para as causas como defendem políticas que a agravam. O que importa realmente é combater a pobreza com políticas económicas, sociais e fiscais justas. O candidato apoiado pelo PCP realçou que o Presidente da República, qualquer que ele seja, não pode aceitar passivamente que um terço do povo que representa e o elege esteja em situação de pobreza. Se assim for, quem acolhe o grito dos pobres?

 

 Progresso e soberania

Depois de, ao fim da tarde, ter sido acolhido com carinho e simpatia pela população e pelos comerciantes dos bairros lisboetas dos Sapadores e da Graça, Edgar Silva participou num jantar no Dafundo (concelho de Oeiras) e num comício em Odivelas, que contaram com a presença do deputado do PEV José Luís Ferreira.

Em todas estas iniciativas, o candidato deixou um apelo aos seus apoiantes para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para conquistar o maior número de votos na sua candidatura a 24 de Janeiro, para que seja possível fazer com que, nesse dia, Abril triunfe! «É agora que tudo se decide», voltou a afirmar Edgar Silva, pedindo a todos o melhor da sua generosidade militante, do seu entusiasmo e da sua capacidade de argumentação para ampliar o apoio à candidatura por si corporizada, mas que, como não se cansa de dizer, tem atrás de si um projecto de transformação da História e um colectivo combatente.

No Dafundo, o candidato comunista considerou as eleições presidenciais uma oportunidade para libertar o País da submissão aos interesses dos credores e dos agiotas – os «mercados» que Cavaco Silva tanto teme em incomodar e afrontar. Em jogo está, pois, a defesa de um País soberano e independente e do direito do povo português à sua autodeterminação e a ser senhor do seu destino colectivo. Em Odivelas, Edgar Silva pôs o acento tónico na necessidade de confirmar a derrota sofrida a 4 de Outubro pelo PSD e do CDS, travando o passo àquele que é o seu candidato, Marcelo Rebelo de Sousa – um «Cavaco a cores que defende as mesmas políticas e os mesmos interesses» do actual chefe de Estado.




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