Enfermeiros contra discriminações
A greve de dois dias dos enfermeiros do arquipélago da Madeira, pela harmonização salarial entre os profissionais com contrato individual de trabalho e os que têm vínculo à Função Pública, saldou-se por uma elevada adesão: 85 por cento no primeiro dia e 70 por cento no segundo. Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (Seram), que convocou o protesto, a adesão verificada demonstra que «a mensagem passou e que os enfermeiros se revêem nas reivindicações e estão dispostos a lutar pela resolução dos problemas».
A convocação da greve no arquipélago deveu-se à decisão do Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram) de adiar para Janeiro de 2016 a harmonização salarial entre enfermeiros com diferentes vínculos profissionais, que no continente entrou em vigor a 1 de Outubro. No dia 9 desse mês, à saída de uma reunião com a entidade responsável pelos serviços públicos de saúde na região, o presidente do sindicato, Juan Carvalho, denunciou à Agência Lusa que dos 1480 enfermeiros que trabalham para o Serviço Regional de Saúde da Madeira, «570 estão com contrato individual, a ganhar menos 180 euros do que os colegas da Função Pública».
Trata-se, para o sindicalista, de uma situação injusta, tendo em conta que são profissionais «com o mesmo conhecimento, as mesmas competências e no mesmo serviço».