Precariedade e desemprego na PT
Tendo como propósito intensificar a luta contra o trabalho precário e discutir e aprovar um caderno reivindicativo a apresentar às empresas de trabalho temporário, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) agendou para dia 21, em Coimbra, um Encontro Nacional de Trabalhadores das ETT.
O anúncio é feito num comunicado em que se denuncia a estratégia de «drástica redução de custos» da nova dona da PT, a Altice, que, de acordo com a informação que anda a circular, a partir de Janeiro de 2016 poderá ter como consequência o despedimento de «muitos trabalhadores que a PT ao longo dos anos tem vindo a utilizar abusivamente» em regime de contratação externa – como já aconteceu a tantos outros.
Sobre a chamada «reestruturação da PT», o sindicato afirma que «está em marcha acelerada» e que se trata da mesma estratégia que a Altice ensaiou mal entrou na ONI, Cabovisão (Portugal) e Numericable-SFR (França), entre outras: «suspender e adiar pagamentos aos fornecedores, reduzir custos como sendo “os princípios orientadores dos accionistas” e engendrar planos para um possível vasto programa de desempregados».
Impedidos de aceder a direitos
O SINTAVV acusa a PT de, ao longo dos anos, ter recorrido «abusivamente» a empresas de trabalho temporário para assim «manter mais de metade da força do trabalho fora das contas da empresa». PT Contact, PT Sales, PT PRO e outras empresas do Grupo PT têm sido usadas como «um campo de concentração do trabalho precário» para dezenas de milhares de trabalhadores, nomeadamente os operadores de call centers, backoffice e lojas, bem como técnicos qualificados, «impedindo-os de aceder aos seus plenos direitos e salários justos, em conformidade com a sua formação académica e profissional».
Para o sindicato, é inconcebível que a PT tenha durante décadas «recusado reconhecer o direito destes trabalhadores a um posto de trabalho efectivo», quando teve muitos milhões de euros para distribuir pelas administrações e accionistas ou enterrou 900 milhões numa das empresas do grupo GES.