Defender o Museu de Aveiro
A CDU contesta o «contrato inter-administrativo de delegação de competências» que irá colocar a gestão do Museu de Aveiro sob a alçada da Câmara Municipal. Na sequência de uma visita ao museu e de uma reunião com a AMUSA – Associação de Amigos do Museu de Aveiro, no dia 24 de Julho, uma delegação da Coligação PCP-PEV concluiu que se trata de «mais um golpe grosseiro» do Governo, que «em final de mandato e sem qualquer escrúpulo, pretende prolongar o exercício da sua dominação ideológica». Para além disso, com esta decisão o Governo patenteia aquela que tem sido uma das suas marcas: «o desprezo pela política cultural», associado ao «desinvestimento e empobrecimento do País».
Para a CDU, a importância e dimensão do Museu de Aveiro – monumento nacional que «encerra três tesouros nacionais» –, bem como a complexidade e potencialidade do edifício em que se encontra, «não são compagináveis com a política de desvalorização e destruição da estrutura cultural do País», em nome de um alegado processo de «descentralização de competências» que irá ter como consequências a redução da escala do museu e a sua saída da rede de museus nacionais.
Criticando a total opacidade subjacente à celebração do contrato referido, «sem consulta pública, audição de parceiros sociais e associações», e alertando para as dificuldades que os trabalhadores da instituição poderão enfrentar, a CDU rejeita o actual processo de «municipalização» das funções sociais do Estado, considerando que é mais uma via para o Estado se desresponsabilizar de serviços fundamentais, num processo «que comporta graves riscos para o País».