Sonae deve pagar mais
Depois da greve de dia 15 no hotel de cinco estrelas do Grupo Sonae no Porto, foram anunciadas novas paralisações na logística do Continente, na Maia. Em ambos os casos os trabalhadores exigem melhores salários.
Passaram a efectivos mais de 150 trabalhadores na Azambuja
O Porto Palácio Hotel, propriedade da Sonae Turismo, foi apontado pelo Sindicato da Hotelaria do Norte como a única unidade de cinco estrelas que não actualiza salários há quatro anos, mantendo a tabela salarial mínima, o que representa cerca de 600 euros para a maioria do pessoal.
O sindicato da Fesaht/CGTP-IN reuniu-se várias vezes com a administração do hotel, mas a empresa recusou qualquer aumento salarial, apesar de se registar uma boa ocupação e de ter havido diversas actualizações de preços do alojamento e da restauração.
A adesão à greve de 24 horas, na quarta-feira da semana passada, também para exigir a negociação de um acordo de empresa, teve uma adesão na ordem dos 60 por cento, principalmente nos bares e na cozinha, como referiu à agência Lusa o coordenador do sindicato. Francisco Figueiredo salientou que não há nenhuma justificação para recusar o aumento salarial e explicou que iria ser pedida nova reunião com a administração para insistir na reivindicação.
Durante a greve, algumas dezenas de trabalhadores concentraram-se, em piquete, à entrada do estabelecimento, gritando palavras de ordem, como «Os hotéis a aumentar e os salários a baixar». Aos clientes foram distribuídos comunicados em português e inglês.
Esta foi a primeira greve neste hotel desde 1990, quando uma ali teve lugar uma paralisação de treze dias (denominava-se então Sheraton Porto).
Em Espinho, no dia 11, sábado, os sindicatos da Hotelaria do Norte e do Centro realizaram uma acção pública para exigir melhores salários. O protesto teve início junto ao Hotel Praiagolfe, que pertence ao presidente da associação patronal Aphort, Rodrigo de Barros.
Continente
Perante a falta de resposta da administração da logística do Continente, na Maia, às principais reivindicações dos trabalhadores, que estiveram na origem de uma greve em Junho, realizaram-se dois plenários «extremamente participados e combativos» onde por unanimidade foi ratificada a realização de duas horas de greve por turno entre 28 de Julho e 1 de Agosto. A informação foi divulgada na segunda-feira, dia 20, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), numa nota em que lembra que as exigências se prendem com melhorias dos salários e, em geral, das condições de trabalho.
Na logística da Azambuja (Sonae MC e Sonae SR), o CESP reuniu-se com os Recursos Humanos e obteve respostas que «demonstram que vale a pena lutar, mas também que a luta não terminou». Na «folha sindical» de Julho, o sindicato refere, entre outros resultados, a não concretização do plano para funcionar em laboração contínua e a passagem a efectivos de mais de 150 trabalhadores com contratos temporários.