Greves no Porto Palácio Hotel e na Logística do Continente

Sonae deve pagar mais

Depois da greve de dia 15 no hotel de cinco estrelas do Grupo Sonae no Porto, foram anunciadas novas paralisações na logística do Continente, na Maia. Em ambos os casos os trabalhadores exigem melhores salários.

Passaram a efectivos mais de 150 trabalhadores na Azambuja

Image 18616

O Porto Palácio Hotel, propriedade da Sonae Turismo, foi apontado pelo Sindicato da Hotelaria do Norte como a única unidade de cinco estrelas que não actualiza salários há quatro anos, mantendo a tabela salarial mínima, o que representa cerca de 600 euros para a maioria do pessoal.
O sindicato da Fesaht/CGTP-IN reuniu-se várias vezes com a administração do hotel, mas a empresa recusou qualquer aumento salarial, apesar de se registar uma boa ocupação e de ter havido diversas actualizações de preços do alojamento e da restauração.
A adesão à greve de 24 horas, na quarta-feira da semana passada, também para exigir a negociação de um acordo de empresa, teve uma adesão na ordem dos 60 por cento, principalmente nos bares e na cozinha, como referiu à agência Lusa o coordenador do sindicato. Francisco Figueiredo salientou que não há nenhuma justificação para recusar o aumento salarial e explicou que iria ser pedida nova reunião com a administração para insistir na reivindicação.
Durante a greve, algumas dezenas de trabalhadores concentraram-se, em piquete, à entrada do estabelecimento, gritando palavras de ordem, como «Os hotéis a aumentar e os salários a baixar». Aos clientes foram distribuídos comunicados em português e inglês.
Esta foi a primeira greve neste hotel desde 1990, quando uma ali teve lugar uma paralisação de treze dias (denominava-se então Sheraton Porto).

Em Espinho, no dia 11, sábado, os sindicatos da Hotelaria do Norte e do Centro realizaram uma acção pública para exigir melhores salários. O protesto teve início junto ao Hotel Praiagolfe, que pertence ao presidente da associação patronal Aphort, Rodrigo de Barros.

Continente 

Perante a falta de resposta da administração da logística do Continente, na Maia, às principais reivindicações dos trabalhadores, que estiveram na origem de uma greve em Junho, realizaram-se dois plenários «extremamente participados e combativos» onde por unanimidade foi ratificada a realização de duas horas de greve por turno entre 28 de Julho e 1 de Agosto. A informação foi divulgada na segunda-feira, dia 20, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), numa nota em que lembra que as exigências se prendem com melhorias dos salários e, em geral, das condições de trabalho.

Na logística da Azambuja (Sonae MC e Sonae SR), o CESP reuniu-se com os Recursos Humanos e obteve respostas que «demonstram que vale a pena lutar, mas também que a luta não terminou». Na «folha sindical» de Julho, o sindicato refere, entre outros resultados, a não concretização do plano para funcionar em laboração contínua e a passagem a efectivos de mais de 150 trabalhadores com contratos temporários.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Arrancar o mal pela raiz

Importa travar quanto antes a política de direita desenvolvida ao longo dos anos e agravada com o Governo PSD/CDS, apela a CGTP-IN, que contestou recentes declarações do primeiro-ministro sobre a redução da pobreza e das desigualdades.

CGTP-IN mantém o «alerta»

«A luta não vai de férias», «vamos continuar em “alerta geral”», garantiu ontem, ao fim da manhã, o Secretário-geral da CGTP-IN, perante milhares de dirigentes e delegados sindicais e outros trabalhadores, na...

Vitória na Praia da Rocha

Foi feito no dia 14 o último pagamento aos 16 antigos trabalhadores do Clube Praia da Rocha, no concelho de Portimão, que em Março encetaram uma dura e prolongada luta pelo pagamento de remunerações, indemnizações e outras verbas devidas pela empresa desde Novembro de...

Marcha dia 31 na SPdH

Os trabalhadores da SPdH (empresa de handling da TAP e do Grupo Urbanos) decidiram realizar no dia 31 de Julho, sexta-feira, uma jornada de luta por melhores salários, contra abusos na organização dos horários de trabalho, contra a proliferação da precariedade. Em greve, das 9...

Pelas 35 horas sem «banco»

Em Salvaterra de Magos, a assinatura de «um acordo, cozinhado entre o presidente da Câmara, o Sintap/UGT e o secretário de Estado da Administração Pública, que prevê a aplicação do “banco” de horas e a adaptabilidade», no dia 15, foi...

Já ganham

A criação da marca «Transportes de Lisboa», tratada pelo Governo como se fosse uma empresa nova, não tem reflexos positivos na prestação de melhores transportes aos utentes nem nas condições de trabalho do pessoal da Carris, do Metro, da Transtejo e da...