Lutar para vencer
A célula do PCP na Autoeuropa emitiu um comunicado a propósito dos 20 anos da empresa, no qual reconhece a sua importância social e económica, sublinha o «esforço colectivo» dos trabalhadores, que permitiu garantir o sucesso dos objectivos traçados, e realça a «luta determinada que os trabalhadores em diversas ocasiões levaram a cabo na defesa dos seus direitos e garantias».
Chamando a atenção para «inverdades» divulgadas por órgãos de comunicação social que se referiram à empresa, a célula do Partido desmente que na Autoeuropa exista qualquer «banco de horas». Aliás, lembra, quando a administração tentou aplicar tal medida, recorrendo a chantagens e pressões, os trabalhadores «resistiram e lutaram» impedindo dessa forma a criação do «banco de horas».
Já quanto ao que não se disse na comunicação social, os comunistas realçam a existência de um «número significativo de trabalhadores temporários sem perspectivas de futuro», que muitos dos que trabalham nos fornecedores instalados na empresa e no parque industrial têm rendimentos que os colocam no limiar da pobreza, que há horários de 16 horas e salários congelados há anos. Aos trabalhadores, a célula apela a que se mantenham unidos e lutem pelos seus direitos, como fizeram até aqui.
Entretanto, a Comissão Concelhia de Aveiro do PCP saudou os trabalhadores da Renault Cacia pela vitória alcançada após três dias de greve e vários plenários sindicais: a conquista de aumentos salariais de 30 euros e a passagem de 45 trabalhadores com vínculo precário a efectivos. Isto prova, garante o Partido, que a luta é efectivamente o caminho para «alcançar as justas aspirações dos trabalhadores». Para o PCP, esta é, ainda, uma «vitória da unidade, determinação, persistência e coragem dos trabalhadores da Renault».
Em Setúbal, a Comissão Concelhia do Partido emitiu um comunicado a saudar a luta dos trabalhadores da empresa Atlantic Ferries que, desde o dia 2 de Maio, se encontravam em greve de duas horas por turno ao fim-de-semana. Os resultados são já visíveis, valoriza o Partido, lembrando a cedência da administração em aumentar os salários nas componentes fixas e não nos prémios, ao contrário do que inicialmente pretendia. Esta vitória levou à suspensão da greve no dia 23 de Maio. Num momento marcado pelo aumento da exploração e do empobrecimento, «é de saudar a persistência e a coragem daqueles que fizeram da luta por melhores condições de trabalho uma bandeira», conclui o PCP.