Contra negócio no lixo
A venda da EGF pode ser um grande negócio para o grupo privado que a vai receber «de mão beijada», mas prejudica seriamente os interesses dos municípios e do País.
Para o Governo, bastam 150 milhões
A «caravana pelos serviços públicos de resíduos» e contra a sua entrega aos interesses privados, promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e que, desde o dia 16 de Março, percorreu o País, realizando acções de informação e sensibilização da população, bem como reuniões de trabalhadores das empresas do sector e encontros com responsáveis de municípios e das empresas, terminou na terça-feira, dia 31, com uma concentração em Lisboa, frente ao edifício onde estão sediados o Grupo AdP e o seu «braço» EGF (Empresa Geral do Fomento).
Foi aqui aprovada uma resolução reafirmando o protesto contra a decisão do Governo de entregar à SUMA, do Grupo Mota-Engil, o controlo das onze empresas multimunicipais, responsáveis por mais de dois terços da actividade neste sector e nas quais a EGF detém a participação pública maioritária.
O STAL/CGTP-IN e os trabalhadores insistem que a privatização da EGF irá gerar «um monopólio que dominará a gestão dos resíduos sólidos em dois terços do território, abrangendo 6,4 milhões de pessoas».
Na resolução sublinha-se que a EGF é rentável. Atingiu em 2013 um volume de negócios recorde de 173 milhões de euros e lucros na ordem dos 15 milhões de euros. Detém um património superior a mil milhões de euros e realizou, nos últimos 20 anos, investimentos na ordem dos dois mil milhões de euros. Tem a receber 320 milhões de euros de fundos comunitários. O Governo decidiu aliená-la por 150 milhões de euros.