MEC alegou «encargo financeiro»

Mostrem as contas da PACC

Se o ministro Nuno Crato mandou invocar o «encargo financeiro» que teria a suspensão da PACC e assim ultrapassar os efeitos das providências cautelares, deve agora divulgar quanto custou esta «obstinação».

A PACC não serve para avaliar conhecimentos nem capacidades

«Quanto gasta o País com as exéquias de uma “PACC” que apenas serve para satisfazer a obstinação de um ministro?» – perguntou a Federação Nacional dos Professores, reagindo à alegação de interesse público, por parte do Ministério da Educação e Ciência, para evitar a suspensão da «prova de avaliação de conhecimentos e capacidades», que decorria da aceitação das providências cautelares interpostas pelos sindicatos da Fenprof.

Dos quatro argumentos do MEC, a alegar que a não realização da componente específica, nos dias 25 a 27 de Março, prejudicaria o interesse público, a Fenprof destacou o «encargo financeiro» que a sua preparação já teria envolvido, para exigir que o Ministério divulgue esses encargos e mostre «quanto custou a má gestão de recursos públicos em todo este processo». No comunicado do Secretariado Nacional da federação, dia 25, como nas declarações de Mário Nogueira, Secretário-geral, e outros dirigentes, junto de escolas para onde foi marcada a realização de exames, foram referidos vários casos.

Em Coimbra, os nove professores convocados para fazer a PACC poderiam caber todos apenas numa sala, mas foram distribuídos por quatro escolas. E «foi assim por todo o País», com 13 professores distribuídos por três escolas de Lisboa e Almada ou 11 professores espalhados por três escolas do Algarve.

Para a Fenprof, o MEC receou a indignação dos professores e os efeitos da greve que sete organizações sindicais convocaram a todo o serviço da PACC e «optou por uma solução em que bastariam um ou dois vigilantes, eventualmente da direcção da escola», para garantir a prova.

Assim aconteceu, refere a federação, no Agrupamento de Escolas de Canelas, em Vila Nova de Gaia: seis professores foram convocados para fazer a PACC, e para a vigilância foram chamados dois professores efectivos e 31 suplentes. Todos os 33 aderiram à greve, mas a prova realizou-se, com a vigilância assegurada por membros da direcção do agrupamento.

Ainda a propósito dos custos, a federação afirma que «chegou até a ser grotesco ver vários agentes policiais, em diversas viaturas», mobilizados para junto de escolas onde «centena e meia de docentes dos quadros foram convocados para vigiarem entre um a quatro professores».

Se o MEC não mostrar os encargos desta PACC, a federação vai solicitar que a informação seja pedida pela Assembleia da República, e admite suscitar a questão junto do Tribunal de Contas.

«Quisessem Nuno Crato e a sua equipa assegurar a qualidade do desempenho dos docentes, teriam de seguir outro caminho: garantir uma formação inicial, contínua e especializada de elevado nível», defende a Fenprof, reconhecendo que, «sendo este o caminho certo, é também o mais exigente» e «esta não é a opção política do MEC, nem a sua equipa está à altura de tal exigência».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Podem pagar melhor

Os trabalhadores insistiram nas reivindicações salariais, decidiram fazer greve e acabaram por impor negociações que os patrões recusavam.

Contra negócio no lixo

A venda da EGF pode ser um grande negócio para o grupo privado que a vai receber «de mão beijada», mas prejudica seriamente os interesses dos municípios e do País.

SC Braga condenado

O Sporting Clube de Braga foi condenado a reintegrar os trabalhadores que em 2008 foram despedidos do bingo e a pagar quase um milhão e trezentos mil euros. O Sindicato da Hotelaria do Norte publicou este domingo uma nota, na sua página na rede social Facebook, revelando que foi finalmente...

Greve forte na vigilância

A greve nacional de 26 e 27 de Março teve grande adesão por parte dos trabalhadores das empresas de vigilância privada e os patrões não podem deixar de concluir que não vão conseguir concretizar a sua estratégia de terrorismo social,...

Protesto do têxtil

Dirigentes do Sindicato dos Têxteis do Minho e Trás-os-Montes, da Fesete/CGTP-IN, e outros trabalhadores do sector manifestaram-se, no dia 27, sexta-feira, em Famalicão, junto à Riopele, na altura da visita do Presidente da República à empresa. Chamaram a atenção...

Parar a privatização nos transportes

A abertura, a 23 de Março, do concurso para a subconcessão (privatização) do Metropolitano de Lisboa e da Carris veio abrir uma nova fase na luta contra a destruição das empresas públicas de transportes, pelos postos de trabalho e pelos direitos laborais e sociais,...

Mau exemplo das Misericórdias

No mesmo dia em que ali se reunia a Assembleia Geral da União das Misericórdias Portuguesas, trabalhadoras do Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima, concentraram-se à entrada da instituição, reclamando melhores...

Salvar a Gráfica

Uma concentração popular, em solidariedade para com os 44 trabalhadores da Empresa Litográfica do Sul, em Vila Real de Santo António, teve lugar no dia 27 de Março, junto às instalações da empresa, afirmando que a empresa tem...