Parar a privatização nos transportes
A abertura, a 23 de Março, do concurso para a subconcessão (privatização) do Metropolitano de Lisboa e da Carris veio abrir uma nova fase na luta contra a destruição das empresas públicas de transportes, pelos postos de trabalho e pelos direitos laborais e sociais, considerou a Fectrans/CGTP-IN, lembrando que o mesmo método servirá para a Transtejo e a Soflusa.
«Não podemos ficar na expectativa de que apareça alguém que impeça esta medida», apela a federação, num comunicado de dia 24, reafirmando que «será sempre a luta dos trabalhadores, em aliança com os utentes», que poderá conseguir esse objectivo.
Assumindo a obrigação de reforçar o esforço para procurar a unidade na acção das diversas organizações representativas, a Fectrans convidou todos os sindicatos, comissões de trabalhadores e comissões de reformados do Metro, da Carris, da Transtejo e da Soflusa para um encontro de representantes dos trabalhadores, no dia 7 de Abril, terça-feira, às 9h30, na Casa do Alentejo. O convite abrangeu os municípios da Área Metropolitana de Lisboa e as comissões de utentes.
Esta reunião alargada permitirá «uma discussão sobre as formas de mobilização nas quatro empresas, que têm a mesma administração, cuja primeira medida pública foi a descaracterização de cada uma, para lançar a imagem da Transportes de Lisboa, numa campanha em que gasta rios de dinheiro que é negado a quem trabalha».
A Fectrans recusa «hesitações e atentismo». «Queremos que todos venham a este debate, mas não esperamos por quem queira ficar à espera de sebastianismos» e, se «o ataque é agora, a resposta tem que ser agora».
Greve dia 10
As organizações de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, na execução do mandato recebido, entregaram um pré-aviso de greve de 24 horas, para 10 de Abril, em defesa da empresa pública e contra a privatização.
A Fectrans, num comunicado aos trabalhadores da Carris, criticou o Sitra por ter decidido marcar greve nesta transportadora para dia 10. Defendendo que a luta «deve ser articulada de forma inteligente», no encontro de representantes de dia 7, a federação expressou temer que aquele comportamento contribua para a divisão entre trabalhadores. Mas declarou desde já que, «caso o Sitra mantenha o pré-aviso de greve até ao fim», a Fectrans «participará solidariamente na greve».