nas urgências
Realidade fala por si
Desvalorizando a gravidade da actual situação nas urgências hospitalares, o deputado do PSD Simão Ribeiro repetiu a tese de que os «problemas são pontuais». E acompanhou-a desfiando um rosário de alegados méritos da governação, como o de ter invertido o «comboio desgovernado» que teria encontrado de uma dívida de três mil milhões de euros no SNS, da qual já teria pago mais de dois mil milhões.
Só que a realidade de todos os dias com que se confrontam os portugueses que vão ao SNS, «desmente de forma cabal e cristalina» o cenário quase colorido traçado pelo deputado laranja, ripostou Carla Cruz, sublinhando que hoje muitos portugueses não conseguem aceder ao SNS por medidas deste Governo.
«Hoje há serviços de proximidade que foram encerrados pelo Governo PSD/CDS-PP, há doentes que esperam horas a mais do que todos os tempos previstos na dita escala de Manchester», lembrou a deputada comunista, para quem a «situação não é pontual mas sim estrutural».
Carla Cruz lembrou ainda que o Governo sabia-o e nada fez para obviar ao descalabro. E por isso acusou-o de ser o responsável pelo que está a acontecer nas urgências hospitalares, situação que é devida à sua opção política e ideológica.
Só entre 2009 e 2014 saíram do SNS mais de 6000 trabalhadores, especificou a deputada do PCP, que observou que não faltam apenas médicos nos cuidados de saúde primários e nos cuidados hospitalares. «Faltam também enfermeiros, faltam assistentes técnicos, assistentes operacionais, profissionais que também são importantes para o funcionamento das urgências», enumerou.
E devolvendo a acusação ao deputado do PSD – este insinuara que o PCP faz chicana política com a saúde dos portugueses –, Carla Cruz considerou que chicana fizera aquele com «as dificuldades dos doentes».
E acusou o Governo de não responder a essas dificuldades nem às «necessidades e direitos dos doentes».