Condenação e pesar da AR
Um voto de condenação e pesar pelo atentado ao jornal francês Charles Hebdo, subscrito por todos os grupos parlamentares e ao qual o Governo se associou, foi aprovado por unanimidade, sexta-feira passada, 9, no Parlamento.
Igualmente assinado pela presidente, Assunção Esteves, o texto manifesta a consternação da AR e o seu «profundo pesar pelos acontecimentos de Paris e exprime a sua solidariedade para com os familiares das vítimas, os trabalhadores do Charlie Hebdo e todos os jornalistas».
«Em Paris, os valores universais foram atingidos, mas não vencidos! Não há morte para a Razão. A Razão que é a matriz desses valores, que dá a dignidade igual e os direitos e é comum e transversal a todos», lê-se no voto.
Nele se afirma que o «terror não pode nunca ser percebido como próprio de grupos étnicos ou religiosos, de grupos culturais, de nações ou regiões», sublinhando-se que o terror é o crime ao qual não se deve nunca associar a «ideia de um mundo dividido ou da pretensa existência de um conflito de culturas».
«O terror é o absurdo que a todos nos atinge e que juntos combatemos», enfatiza o voto de condenação e pesar pelo atentado ao jornal satírico francês que causou 12 mortos, entre eles oito jornalistas e dois agentes da polícia, e vários feridos, alguns em estado grave.
Após a votação, os deputados respeitaram um minuto de silêncio.
Na antevéspera, no arranque da sessão plenária, expressões de rejeição e repúdio pelo ataque dessa manhã foram proferidas por todas as bancadas. João Oliveira, em nome do PCP, além da «viva condenação de todas as formas de terrorismo», endereçou às famílias das vítimas e a todo o povo francês, em particular aos profissionais de comunicação social, as condolências do Grupo comunista e «uma palavra de solidariedade».
O presidente do Grupo Parlamentar do PCP deixou ainda registada a sua preocupação pelo que terá estado na origem deste «acto verdadeiramente bárbaro», fazendo votos para que o «firme combate que deve ser travado contra o terrorismo não venha a ser pretexto para o aprofundamento de novos focos de conflito e expressões de violência, para o recrudescimento do próprio terrorismo e da violência».