Cada or­ga­ni­zação par­ti­dária con­fronta-se, na con­cre­ti­zação da acção de con­tactos com os mem­bros do Par­tido (como, aliás, de qual­quer outra ta­refa), com di­fe­rentes obs­tá­culos e de­sa­fios, que va­riam de acordo com fac­tores como a sua força, in­fluência e pres­tígio, a di­mensão das fre­gue­sias ou con­ce­lhos, a dis­persão da po­pu­lação e a com­po­sição so­cial. A su­pe­ração dos obs­tá­culos de­pende, em grande me­dida, da ca­pa­ci­dade de de­finir os ca­mi­nhos mais con­formes com as re­a­li­dades exis­tentes nas áreas de in­ter­venção de cada uma das or­ga­ni­za­ções do Par­tido.

No con­celho do Porto, foram já con­tac­tados 800 mi­li­tantes, o que re­pre­senta uma parte muito sig­ni­fi­ca­tiva do total de mem­bros do Par­tido. Como contou ao Avante! Sara Santos, do exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação da Ci­dade do Porto do PCP, o evi­dente êxito desta acção as­senta na es­tru­tu­ração do Par­tido por fre­gue­sias, sec­tores pro­fis­si­o­nais e frentes de in­ter­venção. Ao todo, va­lo­rizou a res­pon­sável, estão en­vol­vidos nos con­tactos cerca de meia cen­tena de qua­dros de todas estas or­ga­ni­za­ções de base.

Entre os re­sul­tados al­can­çados até ao mo­mento, Sara Santos des­taca desde logo os 47 re­cru­ta­mentos ve­ri­fi­cados, tanto mais as­si­na­lá­veis quanto há muito que não se re­gis­tava na ci­dade do Porto mais de 30 novas ade­sões anuais ao PCP. O facto de a mai­oria destes novos mi­li­tantes serem jo­vens tem um sig­ni­fi­cado es­pe­cial, con­si­dera a di­ri­gente, lem­brando que o Porto é um con­celho par­ti­cu­lar­mente en­ve­lhe­cido, o que não deixa de se re­per­cutir na or­ga­ni­zação do Par­tido.

Ga­ran­tindo que estes re­cru­ta­mentos con­tri­buirão para re­ju­ve­nescer os or­ga­nismos par­ti­dá­rios na ci­dade, Sara Santos des­tacou que isto está já a su­ceder em muitas or­ga­ni­za­ções de fre­guesia e em sec­tores pro­fis­si­o­nais. Em vá­rias as­sem­bleias re­a­li­zadas ao longo do ano, foram in­te­grados nos or­ga­nismos de di­recção vá­rios destes novos mi­li­tantes.

Mas a acção deu ou­tros frutos, acres­centou a di­ri­gente, des­ta­cando a re­gu­la­ri­zação do pa­ga­mento de quotas por muitos mi­li­tantes e, em al­guns casos, o au­mento do valor da quo­ti­zação. Mais atra­sado está o alar­ga­mento da di­fusão da im­prensa do Par­tido, con­fessa Sara Santos, res­sal­vando que esta questão me­re­cerá uma grande atenção nos tempos mais pró­ximos. Outro grande mé­rito desta acção é o de per­mitir traçar um re­trato muito fiel da or­ga­ni­zação con­ce­lhia, o que, para a di­ri­gente co­mu­nista, abre portas para uma mais eficaz in­ter­venção do Par­tido em co­lec­ti­vi­dades e as­so­ci­a­ções.

De­ci­sões au­da­ci­osas

Em Paços de Fer­reira  , con­celho do in­te­rior do dis­trito do Porto, a acção está muito adi­an­tada: foram já con­tac­tados 80 por cento dos mem­bros do Par­tido aí or­ga­ni­zados. Ao con­trário do que su­cede na ca­pital do dis­trito, em Paços de Fer­reira a res­pon­sa­bi­li­dade pelos con­tactos re­caiu num nú­cleo res­trito de mi­li­tantes, o que se pode ex­plicar pela menor es­tru­tu­ração da or­ga­ni­zação e pela con­cen­tração da grande mai­oria dos mem­bros do Par­tido numa única fre­guesia, Fre­a­munde.

Ar­mando Amorim, res­pon­sável pela or­ga­ni­zação con­ce­lhia e, desde sá­bado, membro da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP, su­blinha a im­por­tância desta acção e dos seus re­sul­tados: a re­gu­la­ri­zação das quotas e o pa­ga­mento destas por quase todos os mi­li­tantes estão entre os mais re­le­vantes. Ar­mando Amorim conta que a acção na­ci­onal de con­tactos com os mem­bros do Par­tido se re­a­lizou pouco de­pois de, em Paços de Fer­reira, ter sido le­vada a cabo uma cam­panha con­ce­lhia de re­forço da or­ga­ni­zação par­ti­dária, com os mesmos ob­jec­tivos. Ambas re­sul­taram num re­forço real do Par­tido.

Desde essa al­tura, foram «re­cu­pe­rados» mi­li­tantes que há muito não ti­nham qual­quer in­ter­venção; destes, dois foram eleitos de­le­gados à 11.ª As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto, re­a­li­zada no sá­bado, 6. Dos poucos mi­li­tantes re­cen­te­mente re­cru­tados para o Par­tido no con­celho, al­guns estão já in­se­ridos na ac­ti­vi­dade quo­ti­diana, tendo um deles sido eleito para a Co­missão Con­ce­lhia na as­sem­bleia que teve lugar em No­vembro. Foi também graças a essa cam­panha con­ce­lhia que o Avante! passou a chegar aos co­mu­nistas de Paços de Fer­reira, o que até então não acon­tecia.

Para o fu­turo, Ar­mando Amorim aponta o alar­ga­mento do nú­cleo ac­tivo e a di­na­mi­zação de ac­ções de for­mação ide­o­ló­gica como duas das pri­o­ri­dades do Par­tido no con­celho.