Recordar Urbano Tavares Rodrigue

Por ini­ci­a­tiva da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP, no dia em que Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues com­ple­taria 91 anos – 6 de De­zembro –, o au­di­tório da Bi­bli­o­teca Na­ci­onal compôs-se para prestar ho­me­nagem ao ci­dadão, es­critor e mi­li­tante co­mu­nista, fa­le­cido em Agosto de 2013.

Es­cri­tores, pro­fes­sores e di­ri­gentes do PCP re­lem­braram a di­mensão cí­vica, in­te­lec­tual e po­lí­tica de Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues, numa sessão em que os seus po­emas se fi­zeram ouvir pelas vozes de Carmen Santos, An­tónio Olaio e Luís Lucas, um ex­certo da única peça de te­atro que es­creveu – «As Torres Mi­le­ná­rias» – foi re­pre­sen­tada, numa en­ce­nação de Ar­mando Caldas, e que en­cerrou com o Cante, re­cen­te­mente con­sa­grado como Pa­tri­mónio Cul­tural Ima­te­rial da Hu­ma­ni­dade, pelo Grupo Coral da Liga dos Amigos da Mina de São Do­mingos.

«Re­lem­bramos o homem, o es­critor, mas também o mi­li­tante co­mu­nista, no dia em que faria 91 anos», anun­ciou Ana Mar­ga­rida de Car­valho, jor­na­lista e es­cri­tora, que mo­derou a sessão em que Ma­nuel Gusmão, pro­fessor uni­ver­si­tário, en­saísta, poeta e membro do Co­mité Cen­tral, e José Ma­nuel Mendes, pre­si­dente da As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Es­cri­tores, in­di­caram Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues como um es­critor que chega à po­lí­tica através da es­crita e fez desta também uma forma de mi­li­tância num com­pro­misso per­ma­nente de in­te­lec­tual sempre ao lado dos tra­ba­lha­dores e na de­fesa do so­ci­a­lismo, como re­cordou o de­pu­tado do PCP, Mi­guel Tiago.

No pe­queno ex­certo do filme/​en­tre­vista de An­tónio Cas­ta­nheira, Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues fala da sua vida em Paris, ci­dade em que viveu e lec­ci­onou, após o re­gime fas­cista o ter im­pe­dido de dar aulas em Por­tugal, e do Alen­tejo, onde não nasceu, mas viveu toda a in­fância e parte da ju­ven­tude, a cujo povo dizia per­tencer e cuja pre­sença marca in­de­le­vel­mente a sua obra, como in­di­caram os pro­fes­sores Kelly Ba­sílio, Nuno Jú­dice, Maria He­lena Serôdio e Maria João Bri­lhante e os es­cri­tores Mo­desto Na­varro, Do­mingos Lobo, Mário de Car­valho, João Mar­ques Lopes e Joana Lopes.

 Es­crita e mi­li­tância

 Do ro­mance à po­esia, do conto à nar­ra­tiva de vi­a­gens, da no­vela ao en­saio, da an­to­logia ao te­atro, Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues per­correu todos os modos e gé­neros li­te­rá­rios, emer­gindo com o neo-re­a­lismo e afir­mando-se como re­a­lista exis­ten­cial, exis­ten­ci­a­lismo que con­si­de­rava «ter ne­ces­sa­ri­a­mente de de­sem­bocar no so­ci­a­lismo».

Preso pela PIDE, Ur­bano foi igual­mente re­cor­dado pela co­ragem e bra­vura (mesmo fí­sica) com que en­frentou o fas­cismo e pela re­sis­tência anti-fas­cista que es­creveu em muitos dos seus li­vros. Re­gres­sado a Por­tugal de­pois do 25 de Abril, abraça o pe­ríodo re­vo­lu­ci­o­nário, vi­vendo-o in­ten­sa­mente, mar­cando-o e mar­cando na sua es­crita um tempo de es­pe­rança, alento e con­quistas.

Re­cor­dando o es­critor e mi­li­tante, Jorge Pires, da Co­missão Po­lí­tica, trans­portou para o pre­sente a sua forma de in­tervir e lutar, sempre sem de­sâ­nimo, afir­mando: «o pro­cesso de cons­trução da al­ter­na­tiva exige de todos nós uma in­ter­venção sem pausas, sem im­pa­ci­ência, sem fa­diga. Uma in­ter­venção que con­tribua para o es­cla­re­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e do povo». E que me­lhor ho­me­nagem po­demos fazer a Ur­bano Ta­vares Ro­dri­gues que não seja se­guir o seu exemplo de lu­tador até ao fim da vida por um ideal em que acre­di­tava e que ex­pressou na sua es­crita quando es­creveu «es­tive sempre ao lado dos que levam pan­cada. E es­tarei até ao fim da vida, do lado dos fracos contra os fortes», afimou ainda Jorge Pires.



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