O PCP acusou PSD e CDS-PP de promoverem uma «completa farsa» no relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito às compras de material militar.

O objectivo deste relatório que classifica de «embuste», e em relação ao qual já anunciou o seu voto contra, é «ilibar o Governo e as responsabilidades políticas que persistem neste processo e nesta nebulosa», afirmou o deputado comunista Jorge Machado, dia 3, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Pondo o dedo na ferida, considerou ser «uma completa mentira» afirmar, como a autora do relatório, a deputada do PSD Mónica Ferro, que «nenhuma pergunta ficou por fazer e nenhuma resposta ficou por dar». Jorge Machado não tem dúvidas de que há um conjunto de falhas e lembrou que falta receber dezenas de documentos.

A «farsa chega ao ponto do ridículo», observou, quando PSD e CDS-PP, «apressadamente e como o diabo foge da cruz, querem acabar com a comissão», isto no momento em que são conhecidos novos desenvolvimentos sobre a família Espírito Santo e o seu envolvimento no processo das contrapartidas.

O relatório preliminar conclui não existir «qualquer prova» ou «indício» de ilegalidades por parte dos «decisores políticos e militares nos concursos».