Concerto para Cravos e Orquestra – Opus 40

Um suplemento de alma para lutar

Manuel Augusto Araújo

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Mais uma vez na Festa do Avante! o con­certo de aber­tura foi de mú­sica sin­fó­nica. Um facto a su­bli­nhar que cai no si­lêncio dos di­versos te­le­jor­nais, sempre muito prontos a darem no­tícia ou a fa­zerem re­por­ta­gens em di­recto dos va­ri­e­gados fes­ti­vais alive en­char­cados de mú­sica in­ter­na­ci­onal nos sen­ti­mentos e anglo-sa­xó­nica na forma. En­tende-se que isso su­ceda pelo con­tumaz exer­cício de ador­mecer ca­beças e corpos nos sons que abanam a me­di­o­cri­dade quanto baste para o que pen­sa­mento banal do­mi­nante se pro­cure per­pe­tuar. A de­voção com que tratam esses fes­ti­vais é uma ex­tensão dos pro­gramas das jú­lias, gou­chas, fá­timas e os por­tu­gais ao vivo com mú­sica pimba aos mo­lhos. Tem outra com­po­nente que deve ser de­nun­ciada, a pu­bli­ci­dade di­recta e à borla dos seus pro­mo­tores, pi­lares do sis­tema que pro­cura es­cle­rosar a massa cin­zenta dos ci­da­dãos. Al­guém ou al­guns andam a ga­nhar por fora do es­ti­pendio normal dos or­gãos de co­mu­ni­cação so­cial. Enfim, este é um país sem ver­gonha de deixar Ri­cardo Sal­gado ficar em li­ber­dade a troco de três mi­lhões de euros, uma gota de água nos ma­ra­vedis que ele ar­re­cadou que devem na­vegar em contas offshore. Se fi­casse preso, pelo que tem dito em en­tre­vistas em que faz strip­tease da sua vo­lu­bi­li­dade, teria con­tado todos os golpes que ele e a fa­mi­lória an­daram a fazer com a be­ne­vo­lência do Es­tado dito de di­reito. Aquilo é gente in­ver­te­brada, sem es­ta­leca para nada, a não ser roubar legal, alegal e ile­gal­mente.

Este preâm­bulo pa­rece fora de con­texto, mas não está.

Não é um acaso a Festa do Avante! nas suas úl­timas edi­ções, no Palco 25 de Abril, o seu palco prin­cipal, ini­ciar as ac­tu­a­ções com um con­certo de mú­sica sin­fó­nica.

É uma ini­ci­a­tiva que marca e su­blinha o seu ca­rácter po­lí­tico e cul­tural. Se o pri­meiro con­certo foi uma sur­presa, a con­ti­nui­dade mostra à sa­ci­e­dade que há um pú­blico que, mai­o­ri­ta­ri­a­mente não ha­bi­tuado a ouvir mú­sica sin­fó­nica, foi pro­gres­si­va­mente con­quis­tado, afi­nando o seu ou­vido. Como Marx te­o­rizou, só um ou­vido ou­vindo mú­sica se aper­feiçoa no co­nhe­ci­mento da mú­sica. É isso que a Festa do Avante! faz cum­prindo um ser­viço pú­blico que as es­ta­ções de rádio e te­le­visão pú­blicas não fazem. O seu si­lêncio sobre esse facto é sinal da sua ig­no­mínia.

Este ano o con­certo de aber­tura tinha por re­fe­rência, como ob­vi­a­mente tinha que ter, os 40 anos da Re­vo­lução de Abril. O pro­grama se­lec­ci­o­nado era ex­plí­cito desse de­sígnio. A abrir uma das Po­lo­naises de Chopin a nú­mero 10, opus 90 n.º 1, na versão or­ques­tral de Gla­zounov, o 1.º an­da­mento da Sin­fonia n.º 3, dita Eroica, de Be­ethoven. As Po­lo­naises de Chopin são todas de exa­cer­bação pa­trió­tica da sua pá­tria que, ao longo dos sé­culos, so­freu di­versas ocu­pa­ções pelos países li­mí­trofes. A Sin­fonia Eroica de Be­ethoven tem a his­tória de ser es­crita pelo com­po­sitor em louvor da Re­vo­lução Fran­cesa e do seu cônsul, Na­po­leão Bo­na­parte, que en­tre­tanto se co­roou im­pe­rador, o que pro­vocou a ira de Be­ethoven que rasgou a de­di­ca­tória, fi­cando a obra de glo­ri­fi­cação dos ideais re­vo­lu­ci­o­ná­rios. As ou­tras duas obras es­co­lhidas ti­nham uma re­lação sim­bó­lica com os 40 anos do 25 de Abril. O con­certo para 4 Trompas e or­questra de Schu­mann, com as quatro dé­cadas pas­sadas sobre a Re­vo­lução do Cravos, a Sin­fonia n.º 40 de Mo­zart, a evi­dência do nú­mero 40.

Em re­lação a Mo­zart não po­demos deixar de re­ferir Ge­orges Steiner que, num dos seus en­saios, conta ter ido a Bu­da­peste en­con­trar-se com Lu­kács. O fi­ló­sofo hún­garo, no de­curso do en­contro, diz-lhe que seria im­pos­sível ouvir mú­sica de Mo­zart em qual­quer dos eventos nazis, fosse numa das suas megas ma­ni­fes­ta­ções fosse nos campos de con­cen­tração. A mú­sica com­posta por Mo­zart nunca po­deria ser es­co­lhida ou ou­vida nessas cir­cuns­tân­cias. Steiner ficou bas­tante ad­mi­rado por afir­mação tão pe­remp­tória. Em In­gla­terra, le­vantou a questão a Ben­jamin Britten. O com­po­sitor in­glês sentou-se ao piano, tocou al­gumas obras de Mo­zart. Não emitiu uma opi­nião de­fi­ni­tiva. Quinze dias de­cor­ridos te­le­fonou a Steiner e disse-lhe que Lu­kács tinha in­teira razão. Esta es­colha na Festa do Avante! sendo ou não sendo a Sin­fonia com o nú­mero 40 é jus­tís­sima. Pela mú­sica de Mo­zart per­passa sempre o sopro de li­ber­dade e de hu­ma­nismo que Lu­kács per­cep­ci­onou.

Mi­lhares de pes­soas ou­viram aten­ta­mente as obras pro­gra­madas. Ou­viram-nas com atenção e en­tu­si­asmo que as levou a aplau­direm entre an­da­mentos, o que pode ferir as sus­cep­ti­bi­li­dades de al­guns pu­ristas, mais prontos a as­si­nalar isso no con­texto da Festa do que nos lo­cais tra­di­ci­o­nais de au­dição de mú­sica sin­fó­nica onde isso também su­cede. Também os pu­ristas po­derão dizer que, por exemplo, a Sin­fonia de Mo­zart, em­bora se­gu­ra­mente exe­cu­tada, não se apro­xima do brilho da di­ri­gida por Jo­seph Krips com a Royal Con­cert­ge­bouw Or­chestra, ou a Eroica de Be­ethoven com a di­recção de Scher­chen com a Vi­enna State Opera Or­chestra, que nunca devem ter ou­vido ao vivo. Mesmo em am­bi­entes tra­di­ci­o­nais já ou­viram cer­ta­mente muitas in­ter­pre­ta­ções bas­tante mais dis­cu­tí­veis do que as que ou­vimos na Ata­laia. Fazia bem a essa gente, pre­su­mi­da­mente culta e de­ten­tora dos pa­râ­me­tros do gosto, ter ido à Festa do Avante! para ou­virem um bom con­certo, ul­tra­pas­sando as cir­cuns­tân­cias de ser ao ar livre, o que de algum modo afecta os ins­tru­mentos e as con­di­ções de au­dição. Te­riam que re­gistar a qua­li­dade de uma or­questra, a Sin­fo­ni­etta de Lisboa di­ri­gida por Vasco Pi­erce de Aze­vedo, que pro­gres­si­va­mente se ade­quou, da Po­lo­naise à Sin­fonia n.º 40, ao con­texto em que o con­certo se re­a­liza com um pro­fis­si­o­na­lismo e um rigor em re­lação à in­ter­pre­tação das obras que é de as­si­nalar.

No final, numa ho­me­nagem ao pú­blico, a or­questra tocou uma versão sin­fó­nica da que ficou co­nhe­cida por Marcha do MFA, que fez es­tre­mecer de emoção os que vi­veram a Re­vo­lução dos Cravos e lem­brou aos jo­vens, nas­cidos de­pois do 25 de Abril, a exal­tação de um mo­mento his­tó­rico que tem sido de­la­pi­dado pelos par­tidos do cha­mado arco go­ver­na­tivo, dando-lhes um su­ple­mento de alma para lutar contra este es­tado de coisas.

O ser­viço pú­blico, cul­tural e po­lí­tico que a Festa do Avante! faz, desde a sua pri­meira edição, sendo pi­o­neira em Por­tugal de muitos eventos, teve neste con­certo, um dos me­lhores a que já se as­sistiu no Palco 25 de Abril, um ponto alto. Para o ano lá es­ta­remos todos os que gostam de mú­sica num fra­terno con­vívio que ul­tra­passa, para quem não tem es­tú­pidos pre­con­ceitos, fron­teiras po­lí­ticas.

Últimas notas: du­rante todo o con­certo, o pro­grama era ex­tenso, poucas mo­vi­men­ta­ções houve entre os mi­lhares que a ele as­sis­tiram e não foi pre­ciso pedir para des­ligar os te­le­mó­veis, não se ou­viram.

Como sempre, o Pro­grama da Festa tem ano­ta­ções cui­dadas e muito bem or­ga­ni­zadas de João de Freitas Branco.




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