Erradicação da pobreza

Combater as causas

De mãos dadas pela erradicação da pobreza, cerca de uma centena de pessoas participou, ao final da tarde de terça-feira, 15, no Rossio, em Lisboa, num cordão humano organizado pela Comissão Promotora do Manifesto pela Erradicação da Pobreza. A estrutura apresentada publicamente no dia 25 de Junho pretendeu, com esta iniciativa, trazer para a praça pública o flagelo que atinge centenas de milhares de famílias portuguesas, alertar para o seu aumento galopante, denunciar as causas e exigir medidas concretas para o seu combate, disse ao Avante! João Bernardino.

O Coordenador Nacional do Movimento – que conta já com 156 subscritores com actividade em diversas áreas e sectores da sociedade, e um núcleo activo de 25 pessoas – adiantou, ainda, que aguardam resposta a uma audiência pedida à Presidente da Assembleia da República (AR), Assunção Esteves.

Os objectivos da reunião, explicou João Bernardino, são «apresentar o Manifesto e abordar as resoluções que AR tomou, em 2008, considerando a pobreza uma violação dos direitos humanos e comprometendo-se a atacar as raízes do problema».

«Tanto quanto sabemos, pouco ou nada foi concretizado desde então», salientou o responsável, que revelou, igualmente, que ao cordão humano segue-se duas outras iniciativas: a primeira, a 11 de Setembro, na Casa de Imprensa, em torno do livro «Somos Pobres Mas Somos Muitos», da autoria do Frei Fernando Ventura e do jornalista Joaquim Franco; a segunda, entre 16 e 23 de Outubro, a propósito do Dia Mundial da Erradicação da Pobreza (que se assinala a 17 de Outubro), na qual se prevê a realização de acções em todo o País e nas regiões autónomas, referiu.

Agir

Identificar as causas e implementar soluções num contexto em que o agravamento da pobreza contrasta com a concentração da riqueza é o propósito da estrutura na qual participam, entre outros, Romão Lavadinho (da Associação de Inquilinos Lisbonenses), José Pitacas (economista), Manuel Figueiredo (presidente da Voz do Operário), Deolinda Machado, (dirigente da CGTP-IN) ou Inês Fontinha (da Associação «O Ninho»), e que na convocatória da concentração realizada anteontem avança alguns dados:

As refeições nas cantinas sociais aumentaram 33 por cento desde 2012;

O indicador do Risco de Pobreza subiu para o valor mais alto desde 2005;

Quase ¼ dos portugueses (2,3 milhões de pessoas) continua sem conseguir pagar as despesas básicas ou fá-lo com com muitas dificuldades;

Em 2013, o Estado pediu a penhora de meio milhão de salários;

A crise económica e social baixou a natalidade para os mínimos sobre os quais háregisto histórico. Em 2013 nasceram em Portugal apenas 82 mil bebés;

Portugal foi dos países onde o peso do rendimento dos um por cento mais ricos mais cresceu em 2013.




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