Greves na CM Lisboa

Os direitos e os postos de trabalho de centenas de trabalhadores não estão, de facto, garantidos, na transferência de competências e pessoal da Câmara Municipal de Lisboa para as freguesias, e o serviço de limpeza urbana da cidade corre sérios riscos, reafirmaram anteontem os sindicatos da CGTP-IN.

Para o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, as greves realizadas na semana do Natal e que se prolongaram na recusa de trabalho extraordinário, até 5 de Janeiro, justificaram-se e puseram a claro a importância dos trabalhadores e do serviço público municipal. Demonstraram igualmente a força, unidade e determinação dos trabalhadores.

Em conferência de imprensa, na sede do STML, foi salientado que há todas as razões para manter em aberto o processo reivindicativo. A responsabilidade pela solução do problema, criado no quadro da contestada «reforma» administrativa de Lisboa, foi imputada ao presidente da CML, António Costa, e também aos deputados municipais e presidentes das juntas de freguesia, de cujos votos depende a aprovação da proposta de transferências na Assembleia Municipal, no dia 21.

Os sindicatos chamaram a atenção para alguns factos do funcionamento do serviço de limpeza urbana, procurando contrariar incorrecções, deturpações e fabricações que foram veiculadas na generalidade da comunicação social, bem como argumentos esgrimidos pelo executivo.

A proposta da CML, aprovada pelos vereadores do PS e do PSD, prevê que passem para as freguesias a lavagem e a varredura da via pública, mas a verdade é que a recolha de lixo também acaba por ser afectada, uma vez que as funções de cantoneiro são hoje desempenhadas nas várias valências do serviço, de forma integrada. O perigo de desmantelamento, a níveis irreversíveis, é ainda maior, face à falta de pessoal e de meios materiais. Este será um presente envenenado, que levará as juntas a soluções de privatização ou «externalização». Não se trata, assim, de uma mera transferência de competências para as juntas, mas de um projecto que visa entregar a privados importantes áreas de interesse público, acusam os sindicatos.

A exigência de que os trabalhadores a transferir mantenham o vínculo à CML foi reafirmada, alertando os sindicatos para a insegurança que está oculta na ideia de «manter cativas» as vagas nos mapas de pessoal do município, uma vez que a efectiva reintegração não é garantida no actual quadro legal.




Mais artigos de: Trabalhadores

CGTP-IN reforça apelo à luta

A Intersindical marcou uma jornada nacional para 1 de Fevereiro e exortou todos os trabalhadores a intensificarem a luta diária contra a exploração e pela demissão do Governo, com antecipação das eleições legislativas, que é hoje «um objectivo decisivo e inadiável para o futuro imediato do povo português».

Desespero do Continente

Muitos trabalhadores dos hipermercados Continente declararam por escrito que não aceitam o «banco» de horas, o que levou a empresa a situações extremas, como denunciou o CESP/CGTP-IN.

Todos pela escola pública

Defender a escola pública de qualidade, democrática, gratuita e para todos será a maior e principal luta na Educação, em 2014, para que este não seja o «annus horribilis» que o Governo se prepara para impor.

Santa Casa discrimina

«Vive-se um espírito de “apartheid” de horários e salários» na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que desde Outubro impôs oito horas por dia (40 horas semanais) aos cerca de 1200 trabalhadores que são funcionários públicos. Estes...

Mais força na Soporcel

Em Dezembro, quase duas centenas de trabalhadores da Soporcel sindicalizaram-se no SITE Centro-Norte, da Fiequimetal/CGTP-IN. Pela primeira vez, desde 1984, ano da entrada em funcionamento da fábrica de Lavos (Figueira da Foz), foram eleitos delegados sindicais e está a ser dinamizada a comissão de...