Obras paradas no troço ferroviário Covilhã-Guarda

Populações votadas ao abandono

A maioria PSD/CDS-PP rejeitou os projectos de resolução do PCP, PEV, BE e PS onde se recomendava ao Governo a modernização e reabertura do troço ferroviário entre a Covilhã e a Guarda.

Ligação ferroviária é fundamental para a mobilidade das populações

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Em causa estão os prejuízos para as populações dos distritos de Castelo Branco e da Guarda que advêm da não conclusão das obras de modernização e electrificação da Linha da Beira Baixa. Esta, recorde-se, foi electrificada até à Covilhã, estando em falta o troço que vai desta cidade até à Guarda e cujas obras foram suspensas em 2009.

Os investimentos entretanto realizados na requalificação dos túneis e do reforço das estruturas das pontes ascendem a cerca de sete milhões de euros, como lembrou no debate a deputada comunista Paula Santos, que teceu duras críticas à supressão do transporte rodoviário alternativo disponibilizado pela CP e que levou a uma perda de mobilidade das populações.

O problema de fundo que entretanto está colocado, do ponto de vista do PCP, é a inexistência de qualquer compromisso para o retomar das obras e para a conclusão de facto da modernização de linha que permita a sua reabertura em toda a extensão.

Suspensão e ausência de compromisso que o PCP encara com grande desconfiança, interrogando-se se acaso a mesma não poderá querer dizer que se está perante o encerramento definitivo deste troço.

«Esperemos que não e vamos intervir para que não seja assim», garantiu Paula Santos, que não escondeu a sua preocupação perante uma indefinição que só acarreta prejuízos e incerteza às populações.

Daí a urgência e necessidade de conclusão destas obras, em nome da mobilidade das populações, do desenvolvimento económico da região, para que a Linha da Beira Baixa possa ser uma alternativa à Linha da Beira Alta, se isso for necessário em termos de circulação.

Hipocrisia

Mas sem crítica não passou o projecto de resolução do PS. É que o texto fala desta matéria como se o PS não tivesse qualquer responsabilidade no assunto, como se tivesse feito tudo para concluir o projecto, quando é sabido que a suspensão das obras ocorreu no consulado do anterior governo do PS de Sócrates.

Particularmente visado no diploma do PS foi o seu ponto um, onde se diz que o Plano Estratégico de Transportes defende a acessibilidade e a mobilidade das populações. Contestando tal afirmação, Paula Santos considerou que a mesma não corresponde à verdade, defendendo que tal Plano o que trouxe foi «redução da mobilidade das populações, encerramentos, menos carreiras». Recusou por isso que o Plano possa ser associado à mobilidade das populações, defendendo que «isso não é correcto».

Às lágrimas de crocodilo de PSD e CDS-PP aludiu também Paula Santos, lembrando que estão no Governo há mais de dois anos e meio e nada fizeram para alterar a situação, deixando as populações ao abandono e não assumindo qualquer compromisso.

 



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