Governo por caminho ínvio
«O processo relativo à extinção do Instituto de Odivelas devia ter sido conduzido de outra forma, em diálogo, com os interessados, com os que frequentam ou frequentaram quer aquela escola quer o Colégio Militar», defendeu o deputado comunista António Filipe em debate recente suscitado por uma petição onde era colocada pelos seus subscritores a questão da continuidade daquela instituição.
Para esta avaliação crítica do PCP à condução do processo por parte do Governo concorre o facto de este não ter dado qualquer atenção às objecções e sugestões feitas por quem contesta, com toda a legitimidade, a extinção daquele instituto.
A questão, para o PCP, mesmo podendo concordar com algumas das posições dos partidos da maioria quanto às concepções pedagógicas, é se para pôr estas em prática era necessário extinguir o colégio de Odivelas.
É aí que se levantam as maiores interrogações ao PCP. E por isso António Filipe admitiu que, podendo discutir-se o modelo pedagógico, o que não se deve, como faz o Governo, é querer primeiro extinguir e só depois discutir modelos pedagógicos.
«Esse não foi um bom caminho», concluiu o deputado comunista, que não se mostrou convencido de que «fosse uma inevitabilidade a extinção do instituto de Odivelas». «Até porque se diz», observou, que é «escola de excelência, e, assim sendo, «então fica por explicar as razões pelas quais a extinguem, o que significa que a extinguem por más razões».