Primeira greve na Valnor

A adesão dos trabalhadores da Valnor à greve de segunda e terça-feira foi considerada muito positiva pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local. Joaquim Sousa, dirigente do STAL/CGTP-IN, citado anteontem à noite pela Lusa, apontou para uma adesão de 50 por cento, que tem ainda mais significado por esta ter sido a primeira vez que os trabalhadores daquela empresa multimunicipal de recolha, tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos fizeram greve e por ter havido «uma pressão muito grande» a contrariar a luta.

A intervenção das forças de segurança, na noite de segunda-feira, afastando o piquete de greve no aterro da Valnor, em Avis, vai merecer do sindicato uma queixa. Dali não saiu nenhum camião para recolha de resíduos nem entrou nenhum a fazer a deposição, até à intervenção policial.

A greve, como se referia num comunicado do STAL, foi convocada em defesa da contratação colectiva e da carta reivindicativa, contra o roubo nos salários e contra a privatização. O capital social da Valnor é detido, em 46,67 por cento, pelos municípios de Abrantes, Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo Branco, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Idanha-a-Nova, Mação, Marvão, Monforte, Nisa, Oleiros, Ponte de Sor, Portalegre, Proença-a-Nova, Sardoal, Sertã, Sousel, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão. Os restantes 53,33 por cento pertencem à Empresa Geral de Fomento, do Grupo Águas de Portugal, que o Governo pretende privatizar.

O STAL nota ainda que a Valnor teve mais de um milhão e meio de euros de lucro, em 2012, «resultado directo do empenho dedicado dos seus trabalhadores.




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