Paula Batista substitui Honório Novo

Com a de­cla­ração po­lí­tica pro­fe­rida dia 24 em nome do PCP, Ho­nório Novo fez a sua der­ra­deira in­ter­venção em ple­nário na qua­li­dade de de­pu­tado eleito pelo cír­culo do Porto. Em sua subs­ti­tuição, a partir de hoje, as­su­mirá o man­dato Paula Ba­tista, 42 anos, pro­fes­sora do 3.º Ciclo e do Se­cun­dário, que foi de­le­gada sin­dical do Sin­di­cato dos Pro­fes­sores do Norte.

Após a in­ter­venção de Ho­nório Novo, de todas as ban­cadas, a co­meçar pela mesa, pre­si­dida por Ferro Ro­dri­gues, ou­viram-se pa­la­vras de sau­dação e de elogio que cul­mi­naram com um aplauso de pé de todo o he­mi­ciclo. Edu­ardo Ca­brita (PS), pre­si­dente da co­missão de Or­ça­mento e Fi­nanças, de que Ho­nório Novo era vice-pre­si­dente, elo­giou-lhe a «ar­gúcia, seu sen­tido crí­tico e pro­fis­si­o­na­lismo», en­quanto Mi­guel Santos (PSD), sem ig­norar o «mar» que os se­para, re­co­nheceu no de­pu­tado co­mu­nista «fir­meza na de­fesa das suas con­vic­ções», «fron­ta­li­dade» e «ca­pa­ci­dade de res­peito».

Saber juntar à «fir­meza da ar­gu­men­tação» a «ca­pa­ci­dade de mexer com a ironia e o humor» foi o atri­buto no par­la­mentar do PCP va­lo­ri­zado por Fi­lipe So­ares (BE). Já João Al­meida (CDS) quis deixar uma «pa­lavra de re­co­nhe­ci­mento», pelo «papel» que aquele teve no Par­la­mento» e pela «enorme dig­ni­dade que deu aos de­bates em que par­ti­cipou». He­loísa Apo­lónia (PEV), por úl­timo, afirmou que Ho­nório Novo sai da AR «de forma muito res­pei­tada», «sinal claro de que soube fazer-se ouvir e en­tender», sa­li­en­tando nele o «sen­tido de humor», a «aná­lise sempre muito sus­ten­tada» e a «opção que fez de estar com os tra­ba­lha­dores e o povo».

«Vou re­gressar à minha vida pro­fis­si­onal e saio com um sen­tido de dever cum­prido, mas na­tu­ral­mente vou andar por aí. Mas com uma di­fe­rença re­la­ti­va­mente a si [di­rigia-se ao de­pu­tado do PSD Mi­guel Santos]: é que vou andar do lado certo, se­gu­ra­mente», afirmou Ho­nório Novo, res­pon­dendo às pa­la­vras de apreço, opor­tu­ni­dade que não perdeu para des­tacar a cir­cuns­tância de sair «com a pri­meira pre­si­dência fe­mi­nina» da AR: «Es­tendo esta ho­me­nagem so­bre­tudo às mu­lheres por­tu­guesas, e de todo o mundo que ao longo de dé­cadas e dé­cadas lu­taram para a igual­dade de di­reitos sem os quais As­sunção Es­teves não seria pre­si­dente do nosso Par­la­mento».

O par­la­mentar do PCP agra­deceu ainda aos tra­ba­lha­dores da AR, «sem os quais o Par­la­mento não seria o que é», ho­me­na­ge­ando ainda «todos os fun­ci­o­ná­rios pú­blicos que de uma forma geral têm sido tão mal tra­tados nos úl­timos anos».



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