Forte adesão pelos CTT
Foto LUSA
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações e a Fectrans saudaram os trabalhadores dos CTT pela resposta massiva que, no dia 7, deram ao ataque do Governo e da sua administração.
A greve iniciou-se, com muito elevados índices de adesão, nos sectores de tratamento e transporte. O sindicato e a federação da CGTP-IN informaram que, à meia noite, a paralisação abrangia mais de 87 por cento dos trabalhadores, nas centrais do Porto (dos 54 escalados, 45 fizeram greve), Coimbra-Taveiro (72 escalados, dos quais 69 em greve) e Lisboa-Cabo Ruivo (103 na escala, 84 em greve). Em consequência, previa o sindicato, numa informação às quatro horas, ao sector da distribuição não chegaria correio para entregar.
Às primeiras horas da greve, o piquete recebeu em Cabo Ruivo, entre outras manifestações de solidariedade, Teresa Chaveiro e Bruno Dias, membros do Comité Central do PCP.
Reportando às 10.30 horas e a locais de trabalho que, no total, englobam mais de dois mil funcionários, o SNTCT situou a adesão em 87,4 por cento. Nessa altura, «inúmeros» Centros de Distribuição Postal estavam a funcionar «só com as chefias e trabalhadores requisitados para os serviços mínimos». A nota de imprensa do sindicato continha vários exemplos: Lisboa (códigos postais 1300, 1400, 1200, 1250, 1800, 1900), Rio de Mouro, Arruda dos Vinhos, Sobral Monte Agraço, Alenquer, Almada, Arganil, Oliveira do Hospital, Coimbra (3040), Santiago do Cacém, Grândola, Pegões, Sines, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Olhão, Lagos, Tomar, Alcobaça, Nazaré, Chamusca, Abrantes, Leiria e Valpaços.
Foram indicadas algumas das estações de Correios «abertas, mas em que só a chefia está a trabalhar, por indicação expressa da Administração»: Bragança, Macedo de Cavaleiros, Moncorvo, Carregado, Rio de Mouro, Arruda dos Vinhos, Sobral do Monte Agraço, Santo André, Urgeses, Rio de Mouro, Alcochete, Alhos Vedros, Charneca da Caparica e Grândola).
A intervenção da GNR em Taveiro, atacando um grevista com gás pimenta, acabou por ilustrar a referência do sindicato a «pressões e opressões, chantagem emocional, desinformação e medo que tentaram induzir a alguns».
Para a Direcção Nacional do SNTCT, a greve pelo futuro do serviço público postal, dos CTT e dos seus trabalhadores foi «uma resposta directa ao Governo e, em especial, a uma administração dos CTT de verdadeiros comissários políticos, prepotentes e arrogantes, ali colocados para destruírem a imagem, o corpo e o futuro de uma empresa com quase 500 anos de história»; e constituiu ainda «a resposta a todos os milhares de homens e mulheres que, nestes últimos tempos, têm estados nas ruas e nas instituições, a defenderem a sua estação de Correios contra a onda de encerramentos».
A luta contra a destruição e privatização dos CTT foi ainda levada, por alguns trabalhadores e dirigentes sindicais, a Elvas, no dia 10 de Junho, exibindo duas faixas ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e às demais entidades que ali participaram nas comemorações oficiais do Dia das Comunidades.