Não às portagens
Foi publicada no dia 13 em Diário da República a resolução da AR na qual se recomenda ao Governo o «fim das portagens» nas antigas SCUT de Aveiro, nomeadamente a retirada do designado «Pórtico do Estádio», junto àquela cidade. No texto recomenda-se ainda «a não introdução de novas portagens» na região de Aveiro.
Esta resolução, recorde-se, teve origem num projecto da maioria PSD/CDS-PP aprovada pelo Parlamento no dia 12 de Abril e encarada então pela bancada comunista como uma iniciativa hipócrita. Essa leitura do PCP baseou-se desde logo no facto de aqueles partidos atirarem todas as culpas pela situação criada para o governo anterior, como se eles próprios não tivessem estado de alma e coração ao lado do PS na introdução de portagens nas ex-SCUT.
Não há como o negar e foi esse facto que o deputado comunista Jorge Machado tratou de lembrar, salientando como em consonância com tal alinhamento foram ainda o PSD e o CDS que votaram contra todas as iniciativas legislativas do PCP destinadas a travar a introdução de portagens, sempre alegando o princípio do utilizador-pagador.
O deputado comunista mostrou-se ainda persuadido nesse debate de que o projecto de resolução não iria resolver «problema nenhum», na medida em que a «simples deslocação de um pórtico para a frente ou para trás» não responde ao problema das populações que continuarão a pagar portagens de uma forma injusta.
Jorge Machado admitiu igualmente que na génese deste projecto de resolução tenha estado a percepção dos seus autores de que o fim do Governo estará próximo, de que virão aí eleições e, portanto, queiram desde já preparar o terreno para voltar «a enganar o povo».
Reiterada foi por fim a ideia de que a introdução de portagens no distrito de Aveiro, como no resto do País, foi um acto de profunda injustiça, com brutais impactos para as populações e para o tecido económico.