Interpelação do PCP ao Governo sobre a política alternativa

A patranha

À questão de saber onde se vai buscar o di­nheiro –ar­gu­mento re­cor­rente da mai­oria, com o qual ameaça os por­tu­gueses e tenta criar o pâ­nico no País – res­pondeu o de­pu­tado Ho­nório Novo, su­bli­nhando que é falso que não haja di­nheiro para pagar sa­lá­rios e pen­sões como diz o pri­meiro-mi­nistro. E lem­brou que em 2010 so­brava entre as re­ceitas fis­cais ob­tidas e a des­pesa global com pes­soal 17 mil mi­lhões de euros, mon­tante que em 2011 atingiu os 21 mil mi­lhões, o mesmo em 2012, e que em 2013 o Go­verno es­pera que seja de 24 mil mi­lhões de euros. Ou seja, é falso que sem a troika não haja di­nheiro para sa­lá­rios.

«Há muito di­nheiro», ga­rantiu o de­pu­tado co­mu­nista, as­si­na­lando que há di­nheiro para os juros agi­otas (7000 mi­lhões de euros), há para o BPN (mais 1100 mi­lhões), há para as PPP (800 mi­lhões), há para os con­tratos swap (2500 mi­lhões de euros de juros a mais).

«Há di­nheiro, só que esse di­nheiro vai todo para o mesmo sítio – para o sis­tema fi­nan­ceiro e para os grandes grupos eco­nó­micos», con­cluiu Ho­nório Novo, re­al­çando que este quadro está na an­tí­poda da al­ter­na­tiva que o PCP ad­voga, ou seja que «o di­nheiro vá para o lado dos tra­ba­lha­dores, dos pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, para o lado do País».

No mesmo sen­tido se pro­nun­ciou o de­pu­tado João Oli­veira ao in­ter­pelar Hélder Amaral (CDS-PP) que in­vo­cara não haver di­nheiro para jus­ti­ficar a sua opo­sição a qual­quer au­mento de sa­lá­rios e pen­sões. O de­pu­tado co­mu­nista acusou o CDS de ter um dis­curso dú­plice, ou seja apre­sentar-se em tempo de elei­ções como o par­tido dos re­for­mados e dos con­tri­buintes para logo a se­guir «não só cortar sa­lá­rios e pen­sões como re­petir a pa­tranha de que não há di­nheiro para jus­ti­ficar a sua re­cusa a uma me­dida justa e es­sen­cial».

E a provar que há di­nheiro in­sistiu em enu­merar os des­ti­na­tá­rios a quem nunca falta a mão amiga do Go­verno: a banca, o sis­tema fi­nan­ceiro, os grandes grupos eco­nó­micos. «Há di­nheiro para tudo só não há di­nheiro para au­mentar sa­lá­rios e pen­sões, para sa­tis­fazer as ne­ces­si­dade de quem tra­balha, está de­sem­pre­gado ou re­for­mado», foi o co­men­tário in­dig­nado de João Oli­veira, que per­guntou ainda a Hélder Amaral «onde é que o Go­verno vai buscar só em 2013 quase 11 mil mi­lhões de euros de di­nheiro pú­blico para as ne­go­ci­atas pri­vadas».

 



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