Gaia precisa de outra política
Promover a qualidade de vida das populações
A apresentação pública dos candidatos realizou-se no dia 27, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Mafamude.
Na sua intervenção, Jorge Sarabando alertou para a recessão económica, «resultante das imposições aceites no memorando de entendimento da troika, subscrito pelo PS, PSD e CDS», que «está a gerar o aumento imparável do desemprego, do trabalho sem direitos, a destruição do tecido empresarial e a generalizar a pobreza à maioria da população».
«Por este caminho, não apenas estão em causa a capacidade de pagar a dívida externa e os seus juros usuários, como a própria soberania nacional, já hoje severamente limitada», sublinhou, frisando que as opções políticas da Câmara «não têm servido de contenção ou de moderação dos efeitos mais nocivos das decisões de sucessivos governos, antes os tem reproduzido e ampliado».
Para ilustrar a situação, Jorge Sarabando falou do Hospital, da extensão do Metro e da activação do Centro de Reabilitação Física, investimentos públicos há muitos anos prometidos e que estão adiados, o que motivou o encerramento de serviços públicos, que a rede de transportes colectivos seja cara e insuficiente e que tenham sido instaladas portagens dentro do próprio concelho.
«Todo o dinamismo alardeado pela Câmara não impediu o encerramento de grandes empresas, algumas de forte marca identitária como a Cerâmica de Valadares, e não foi capaz de atrair novos investimentos com dimensão, para reempregar, pelo menos em parte, os milhares de trabalhadores despedidos», condenou o candidato da CDU, criticando a «penúria de recursos com que se debatem diferentes serviços dependentes da autarquia», o «cancelamento dos apoios às associações culturais e de desporto juvenil» e a «adesão ao Plano de Apoio à Economia Local, altamente lesivo à autonomia do município, a par de pesados aumentos de impostos, taxas de preços».
«É tempo de voltar a página»
Face à situação, destacou Jorge Sarabando, «é tempo de voltar a página, de pôr termo à deriva propagandista, de anúncio de projectos megalómanos ou fantasiosos, como os atravessamentos do Rio Douro por túnel e de diversas pontes, enquanto, ao mesmo tempo, nada se consegue fazer para impedir a degradação da Ponte D. Maria Pia».
«Gaia precisa de outra política, com outros critérios e prioridades, mais voltada para as pessoas e a garantia dos seus direitos, para a qualidade de vida das populações, guiada pela equidade e pela justiça social. Precisa de outra cultura na gestão municipal, de proximidade, de verdade, de democracia, de exigência. Precisa de uma estratégia de desenvolvimento voltada para o pleno aproveitamento das suas potencialidades, capaz de promover a reindustrialização», defendeu.
A luta continua
João Pires, do Comité Central e responsável pela Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia, informou, na sessão, que a divulgação dos cabeças de lista à Câmara e Assembleia Municipal «é o culminar de uma primeira fase de discussão, que teve em conta não só o imenso capital de experiência e intervenção da CDU no concelho, a experiência de trabalho institucional, o projecto da CDU, tanto em aspectos comuns e transversais, como nas especificidades de Vila Nova de Gaia».
«Depois deste anúncio continuaremos o trabalho de sempre, intervindo sobre os problemas específicos do concelho, no combate à política de direita do PSD e do CDS com a cumplicidade do PS. No fundo, os mesmos protagonistas que conduziram Gaia à situação de marasmo, endividamento e profundas marcas de injustiças sociais», acusou, anunciando, «porque a luta continua», a realização, no dia 16 de Março, de uma marcha/desfile da CDU em Vila Nova de Gaia, que «pretende ser mais um momento de protesto e denuncia dos impactos que, de forma muitas vezes particular, as opções políticas de compromisso com o capital e grandes grupos económicos e interesses estrangeiros têm sobre Vila Nova de Gaia».