O legado do PS
A Câmara de Évora está entre as 53 autarquias que se encontram em desequilibro financeiro estrutural, situação que preocupa os comunistas, que acusam o PS de «gestão ruinosa».
Uma dívida total de 78 656 308 euros
Numa nota da Comissão Concelhia de Évora do PCP, informa-se que o município tem uma dívida total de 78 656 308 euros, sendo que a dívida exigível a curto prazo é de 56 869 520 euros. «Para esta situação de descalabro financeiro muito tem contribuído a gestão dos últimos 11 anos do PS, com as suas opções políticas mais preocupadas com alinhamento com outros interesses que não o das populações do concelho», acusam os comunistas, destacando, pelo peso que tem na dívida exigível a curto prazo, «a decisão de alienar a distribuição da água em alta à Águas do Centro Alentejo, alinhando na estratégia do então secretário de Estado do Ambiente, José Sócrates, com o objectivo de privatizar esse bem público».
Tal decisão, acrescentam, revelou-se «desastrosa para as finanças do município, não trazendo nenhum benefício às populações», tendo a Câmara e a Assembleia Municipal decidido a saída do sistema.
A Concelhia do PCP considerou ainda «irresponsável» a «aceitação de competências na área da educação sem garantir a necessária transferência de meios», o «investimento pouco mais que inútil na recuperação da Praça de Touros, de propriedade privada» e a «gestão de recursos humanos, que faz crescer substancialmente o número de trabalhadores ao serviço do município sem qualquer tipo de avaliação das necessidades».
«Sendo verdade que a ofensiva contra o Poder local, levada a cabo pelos governos do PS, PSD e CDS, tem vindo a diminuir os meios que deveriam transferir para as autarquias e com isso a pôr em causa a autonomia do poder local pela via do estrangulamento financeiro, não é menos verdade que o PS na Câmara de Évora deu um contributo decisivo para situação de insolvência que o município enfrenta», lamentam os comunistas.