Fracassos orçamentais
A admissão pelo ministro das Finanças de que as metas orçamentais podem não ser cumpridas é a confissão do «óbvio», mas não deixa de ser «espantoso» que Vítor Gaspar persista no «erro» de manter os mesmos objetivos. que implicam mais austeridade.
«Seis meses depois de andar a meter a cabeça na areia, o ministro das Finanças reconheceu o erro, que para todos era óbvio, de que não é possível executar o Orçamento do Estado», referiu o deputado comunista Honório Novo, reagindo sexta-feira passada a afirmações do titular da pasta das Finanças que, em Bruxelas, admitiu a existência de incertezas ao nível da execução orçamental, sobretudo no domínio das receitas fiscais.
Para Honório Novo, que falava aos jornalistas na AR, «isto é a consequência de uma recessão económica profunda, é a consequência óbvia do aumento de impostos aos trabalhadores, às pequenas empresas e ao povo». O deputado do PCP não deixou entretanto de considerar «espantoso» que neste contexto o Governo e o ministro das Finanças «insistam na mesma prática, nas mesmas políticas, no erro, e digam e reafirmem que pretendem que este ano o défice orçamental seja de 4,5 por cento».
É que tal «só é possível», advertiu, «com novas medidas de austeridade». E isso significaria acelerar o caminho para o desastre.