PS, PSD e CDS-PP insistem nas portagens na Via do Infante

Um erro de efeitos terríveis

A maioria PSD/CDS-PP e o PS chumbaram sexta-feira passada (dia18) os diplomas do PCP e do BE que pretendiam abolir as portagens na Via do Infante, no Algarve.

Impedida foi assim a correcção desse erro tremendo que constituiu a introdução de portagens e que está a custar muito caro à região. As suas consequências são por demais evidentes e para elas voltou a chamar a atenção no decurso do debate realizado na véspera o deputado comunista Paulo Sá. Assinalou, nomeadamente, a transferência de tráfego para a EN 125, com a consequente formação de longas filas de viaturas e de um aumento significativo da sinistralidade. As portagens vieram igualmente contribuir para o «agravamento da crise económica e social da região» (com a taxa de desemprego mais alta do País, segundo os mais recentes dados do INE), lembrou Paulo Sá, fazendo notar que foram ainda responsáveis por uma diminuição significativa do número de espanhóis, isto numa região que tem no turismo a sua principal actividade económica. A estes factores negativos há que somar ainda o agravamento em termos gerais das dificuldades económicas dos utentes, «já duramente afectados pelo aumento do custo de vida e por baixos níveis de rendimentos», como referiu o deputado do PCP.

«É hoje claro que as perdas para a economia regional, provocadas pela introdução de portagens na Via do Infante, são muito superiores às receitas que o Estado arrecada com a cobrança destas portagens», sublinhou, em conclusão, Paulo Sá, para quem esta medida não tem, pois, «qualquer racionalidade económica», tal como «em nada contribui para melhorar a situação financeira do País, antes pelo contrário, só a agrava».

Sem reparo crítico do deputado do PCP não passaram, entretanto, as intervenções de Hélder Amaral (CDS), pela maioria, e de Manuel Freixes, do PS. Ao primeiro disse ter o seu partido «dois discursos», que é como quem diz duas caras: um discurso na AR e outro no Algarve. E a comprová-lo leu um comunicado da comissão política distrital do CDS Algarve, no final de Abril, onde se afirma que «depois da quebra de tráfego na A22 após introdução das portagens, aconselharia o bom senso que esta voltasse a estar isenta». Ao deputado do PS, por seu lado, recordou que a introdução de portagens foi executada por um governo PS e que, por ocasião do seu anúncio, também o PSD – em mais um exemplo do valor da palavra na boca destes partidos –, em comunicado, considerou então essa decisão uma «ignomínia contra o Algarve».



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