A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou, no início da semana passada, que pelo menos 202 milhões de trabalhadores estarão desempregados em 2012, mais seis milhões do que em 2011.

A OIT prevê ainda que o fenómeno do desemprego não será travado com as actuais políticas ditas de austeridade. Pelo contrário, em 2013, o total de desempregados será pelo menos de 207 milhões.

Admitindo que os dados podem pecar por defeito, a Organização considera ainda que, nos próximos dois anos, o mercado de trabalho mundial será incapaz de absorver os 80 milhões de seres humanos que vão integrar a população activa.

A OIT manifestou-se preocupada não apenas pela situação na Europa, mas também nos EUA, onde persistem sérias dúvidas sobre a estagnação do desemprego.

O exemplo referido foram os indicadores oficiais apresentados por Washington relativos ao mês de Abril, os quais, para a Organização, apresentam discrepâncias entre os desempregados contabilizados oficialmente e o conjunto dos empregos criados, só explicáveis se mais de 340 mil norte-americanos tivessem, durante o mês de Março, desistido de procurar emprego, o que, a confirmar-se, seria um fenómeno digno de registo histórico.

Dias depois dos alertas da OIT, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) veio reforçar as preocupações sobre a situação dos povos, já que, expressou, os preços dos géneros alimentares básicos continuam muito elevados e a recente tendência de descida é demasiado discreta.