Esperança de vida e reformas

Comissão confessa-se

O deputado João Ferreira questionou recentemente o executivo comunitário sobre a evolução da esperança média de vida, tendo em conta um estudo do governo federal alemão (ver Avante! de 15.12.2011), que revelou que este indicador varia em função dos rendimentos auferidos.

Assim, como recordou o deputado do PCP, «o aumento da esperança média de vida apenas se verifica entre os que auferem rendimentos médios ou superiores. Já a esperança média de vida das pessoas com rendimentos mais baixos passou, na Alemanha, de 77,5 anos, em 2001, para 75,5 anos, em 2010».

Admitindo que a mesma tendência é observada «noutros países, tendo em conta os ataques que têm vindo a ser dirigidos aos sistemas de protecção social e a erosão dos rendimentos de amplas camadas da população», o deputado comunista salientou que «estes dados deitam, assim, por terra o pretexto evocado pelos diferentes governos para aumentar a idade da reforma».

Em resposta, a Comissão Europeia deu provas de que se mantém informada, revelando não só estar ao corrente do estudo publicado na Alemanha, mas também conhecer os resultados preliminares de um estudo do Eurostat sobre «a esperança de vida por níveis de habilitações literárias», que apontam para «uma relação inversa entre mortalidade e níveis de habilitações literárias». Isto é as pessoas com mais habilitações vivem mais tempo.

No entanto, apesar de disporem de dados objectivos que contrariam o pretexto usado para justificar o aumento generalizado da idade da reforma, os responsáveis de Bruxelas não dão o braço a torcer: «A Comissão apoia a associação entre idade da reforma e aumento da esperança de vida, por forma a incrementar a viabilidade dos sistemas de pensões. Actualmente, a Comissão não tenciona recomendar outra via aos países em causa.»



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