Polónia admite prisões da CIA
«A Polónia nunca mais voltará a ser um país em que os políticos, mesmo agindo de mão dada com a maior potência mundial, podem fazer coisas secretamente», declarou, dia 29, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, prometendo esclarecer a existência de prisões secretas da CIA.
«Ninguém, nem na Polónia nem do outro lado do Atlântico, deve ter dúvidas de que este caso vai ser esclarecido», garantiu Tusk, dois dias depois de a imprensa ter noticiado que um ex-chefe dos serviços secretos polacos, Zbigniew Siemiatkowski, foi formalmente acusado no âmbito da investigação das prisões secretas.
Curiosamente, o visado veio a público confirmar a notícia do diário Gazeta Wyborcza, recusando adiantar pormenores sobre a sua acusação por motivo de «segurança de Estado»
O mesmo jornal acrescentou, entretanto, que também o ex-primeiro-ministro Leszek Miller, actual líder do partido social-democrata (SLD, oposição), pode vir a ser julgado por ter autorizado em 2002-2003 a instalação de uma base norte-americana secreta em Kiejkuty, no Nordeste da Polónia.
As autoridades polacas negaram até agora as afirmações do Conselho da Europa e as revelações de órgãos de informação de que a Agência norte-americana usou instalações na Polónia para deter e torturar presumíveis terroristas ligados à Al-Qaeda.