CDU contra «lógica economicista»
Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal do Faial, Açores, dão voz ao descontentamento popular relativamente às alterações na recolha dos resíduos sólidos, tendo alertado para os efeitos negativos que poderão vir a ter na qualidade de vida e nos direitos das populações.
«Se à primeira vista uma redução na periodicidade e alteração nos horários da recolha de resíduos sólidos parece ser um problema menor, urge saber o motivo de mais este corte no bem-estar dos munícipes», refere, em nota de imprensa, a CDU, que se opõe «à lógica economicista que reina na autarquia», que corta no essencial – redução de pessoal e do horário da recolha de resíduos sólidos, deslocalização de trabalhadores da recolha do lixo – e «não se inibe de gastar fortunas no supérfluo», nomeadamente nos «Artigos honoríficos e de decoração» (2500 euros), nas despesas em «Prémios, condecorações e ofertas» (15 mil euros), na «Representação dos serviços» (154 mil euros) e num «saco azul» de 510 830 para «Outros serviços».
«Trata-se de uma questão de princípio, pois todos continuamos a pagar a mesma taxa de resíduos por um serviço agora substancialmente reduzido, mas também de vistas curtas, pois a alteração no horário de recolha dificulta a contribuição de muitos comerciantes para a reciclagem e poderá vir a desmotivar a presença de turistas numa cidade em que as hortênsias e os vasos suspensos alternam com os sacos de lixo espalhados ao acaso pelos passeios», criticam os eleitos do PCP.
Perda de direitos
A CDU no Faial denunciou ainda a perda de direitos a que estão a ser sujeitos os idosos do antigo Centro de Convívio da Conceição, que após promessas de um serviço ampliado (já que as suas instalações foram reconvertidas no Centro de Dia da Conceição da APADIF), vêem o seu antigo direito de se reunirem gratuitamente durante três tardes por semana reduzido a uma tarde semanal.
«A nova Direcção quer agora obrigá-los a uma inscrição mensal (que para muitos é demasiado onorosa) ou a uma tarde de utilização livre por semana, em que ainda não é certo que tenham sequer o acesso a uma enfermeira e aulas de educação física, como antigamente acontecia», denunciam os comunistas, que lamentam o facto de nem a Câmara, nem a Junta de Freguesia terem dado «qualquer resposta a estas questões».