Évora, um prémio entregue a quem não o merece
Perante a estupefação generalizada dos agentes culturais do concelho, a Câmara de Évora foi «distinguida», pela Sociedade Portuguesa de Autores, com o prémio para melhor programação cultural autárquica.
Mesmo tratando-se de um «galardão» atribuído a quem se punha em bicos de pés para o conseguir, candidataram-se cerca de três dezenas dos trezentos e oito municípios, não deixa de causar espanto que uma Câmara Municipal, gerida ao arrepio dos interesses da cultura no concelho, fosse distinguida, em particular nessa área.
A gestão PS de Évora, que sempre menosprezou quem faz cultura na cidade, usou a actividade dos agentes, a quem deve centenas de milhares de euros, para se candidatar a um prémio, melhor dizendo, para se candidatar a uma presença na televisão.
A Câmara Municipal de Évora deve aos agentes culturais da cidade os apoios à actividade regular referentes ao segundo semestre de 2009, não deliberou qualquer apoio para 2010 e não protocolou os apoios decididos para 2011 em resultado de um concurso que teve o seu epílogo em Novembro, assente num regulamento que não correspondia à necessidade de transparência e equidade que todos reclamavam.
A Câmara Municipal de Évora deve aos agentes culturais os apoios à actividade regular desde 2009.
A gestão PS da Câmara de Évora, só pela mais completa falta de vergonha pode afirmar que programa actividade cultural no concelho, limitando-se a juntar numa «agenda cultural electrónica» aos eventos que, apesar da inércia da câmara, os agentes culturais vão realizando.
É justa a indignação de todos os que trabalham para que a actividade cultural em Évora não se extinga e é lamentável que a Sociedade Portuguesa de Autores se preste a esta mistificação com fins de promoção política partidária.